São Paulo, segunda-feira, 7 de agosto de 1995
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ACM criou 11 estatais em 14 anos de governo

GABRIELA WOLTHERS; DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Erramos: 08/08/95
O PFL pressiona o governo federal para acelerar o programa de privatizações, mas pelo menos na Bahia o partido não adota a mesma prática quando assume o poder. O senador Antônio Carlos Magalhães (BA), um dos principais líderes pefelistas, criou 11 estatais durante seus mandatos como governador neste Estado.
A Bahia possui hoje, segundo o livro oficial do Estado ``Perfil da Administração Pública", 19 estatais -58% formadas durante a gestão de ACM, que exerceu três mandatos como governador.
O levantamento das estatais foi feito pelo deputado Domingos Leonelli (PSDB-BA). A Folha checou e confirmou todos os dados apresentados.
``Aumentar o tamanho do Estado e criar estatais é a marca mais visível da presença da direita no Brasil", disse o deputado.
O PFL é um dos defensores do chamado ``Estado mínimo" -que seria responsável apenas pela prestação de serviços em setores essenciais, como saúde e educação, e deixaria as demais áreas nas mãos da iniciativa privada.
O presidente da Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), filho de ACM, chegou até a cobrar mais agilidade do ministro José Serra (Planejamento), durante um jantar em Brasília.
Na primeira gestão como governador, de 71 a 75, ACM criou cinco estatais. Quatro dos serviços já eram prestados pelo Estado. Foi ACM, no entanto, quem os transferiu para estatais.
Elas são a EGBA (Empresa Gráfica da Bahia), a Cerb (Companhia de Engenharia Rural da Bahia), a Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento) e a CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral).
No primeiro mandato, ACM foi responsável também pela criação da Prodeb (Companhia de Processamento de Dados da Bahia).
Ele governou novamente o Estado entre 79 e 83 e criou mais cinco estatais. Entre elas, está a Ebal (Empresa Baiana de Alimentos S.A.), para vender alimentos mais baratos à população.
ACM também criou a Bahiapesca S.A., subsidiária da Ebal, a Bahiafarma (Empresa de Produtos Farmacêuticos da Bahia Ltda.) e a Conder (Companhia de Desenvolvimento da Região de Salvador).
Também foi inaugurada por ACM a estatal CAR (Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional), responsáveis por programas de infra-estrutura.
Essa empresa tem atribuições similares às do ex-Ministério da Integração Regional, que foi extinto no início do governo de FHC por ser considerado clientelista.
No mandato 91-94, ACM criou a EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A.).

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