São Paulo, segunda-feira, 7 de agosto de 1995
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Motorola defende nova concorrência

DA REPORTAGEM LOCAL

A ampliação sem concorrência das redes de telefonia celular das estatais sofre contestação da empresa norte-americana Motorola, cujo faturamento anual é de US$ 22,2 bilhões.
A Motorola é, até agora, a única fabricante a protestar contra as expansões em concorrência.
Há uma explicação para seu inconformismo: a empresa tem apenas 5% do mercado nacional. Só ganhou concorrência para parte do interior de São Paulo, na região de Ribeirão Preto.
``Não dá para acreditar que todas as `teles' estejam em situação de emergência e que não seja possível haver concorrência. Queremos a chance de competir pelo mercado", afirma Roberto Medeiros, diretor comercial da Motorola do Brasil.
O presidente da NEC do Brasil, Gilberto Garbi, reagiu contra a decisão da Motorola de lutar pela abertura de concorrências.
A NEC, sozinha, fornece mais da metade dos equipamentos celulares adquiridos pelo sistema Telebrás. Dos 475 mil novos celulares em negociação na Telesp, 380 mil serão fornecidos pela NEC.
Gilberto Garbi, presidente da NEC do Brasil, disse à Folha que os protestos da Motorola não passam de ``choro de perdedor".
A posição da NEC é de que as estatais devem poder negociar diretamente com seus fornecedores, como as empresas privadas.
``Se concorrência pública fosse um bom critério para escolha de fornecedor, todas as empresas privadas a adotariam", afirma Garbi.
Segundo a Motorola, só houve uma concorrência pública para compra de equipamentos de telefonia celular neste ano: a da Teleceará, para atender a 5.000 assinantes em Cariri, interior do Estado. A Ericsson venceu.

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