São Paulo, segunda-feira, 7 de agosto de 1995 |
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Disney vai comercializar seu canal de TV no Brasil
NELSON BLECHER
Um dos alvos preferenciais da ofensiva de TV é a América Latina. A companhia planejava iniciar, já em 1996, as transmissões para o Brasil e outros países do Continente do canal Disney. É possível, no entanto, que a iniciativa seja adiada para 1997, conforme informaram há dois meses executivos da Disney a uma emissora brasileira interessada na operação de assinaturas. A razão alegada é que, por enquanto, a maior parte do sistema de cabos implantado na América Latina -onde vivem 5 milhões de assinantes potenciais- tem baixo nível de codificação. Trata-se de obstáculo técnico que impossibilita a comercialização de um canal extra, à parte dos pacotes normalmente vendidos. Segundo o executivo ouvido pela Folha, é decisão estratégica mundial da Disney, com objetivo de controlar a audiência, operar um canal ``premium". A emissora, que funciona 24 horas e exibe desenhos animados e séries infanto-juvenis, conta atualmente com 14 milhões de assinantes. Este ano será marcado pelo início das transmissões por satélite para Taiwan. O público britânico também está na mira da Disney. ``Oportunidades serão exploradas em outros países europeus e nos mercados da Ásia e América Latina", anuncia o último relatório anual da companhia. A expansão global é motivada pelo mesmo fator que fez a Disney desembolsar US$ 19 bilhões pela rede ABC: reforçar o sistema de distribuição de sua volumosa videoteca, considerado ainda fraco em comparação ao de alguns concorrentes. Em 1994, pela primeira vez, o desempenho financeiro do setor de cinema superou o dos parques temáticos, passando a representar 43% do lucro operacional de US$ 1,9 bilhão. Era de apenas 1% em 1994. O Brasil está atualmente posicionado entre os dez principais mercados para a Disney, graças a faturamento anual estimado em US$ 50 milhões. O presidente da subsidiária brasileira, Elcan Diesendruck, disse não estar autorizado a comentar essa cifra ou consequências das operações de TV. Revela, no entanto, um projeto destinado a duplicar, nos próximos três anos, o movimento de vendas de produtos licenciados, que deve atingir US$ 250 milhões este ano, seguindo-se ao aumento de 120% em 1994. As vendas mundiais de produtos de consumo atingiram US$ 1,7 bilhão em 1994. O lucro na operação atingiu US$ 425,5 milhões e foi proporcionalmente superior ao das demais áreas. A idéia é abrir espaço em magazines e redes de supermercados para a instalação de ``corners" e pontos promocionais móveis ambientado com os ícones da marca. ``Vamos transferir para varejistas nacionais a experiência de mais de 300 Disney Stores espalhadas pelo mundo". Executivos internacionais da rede de lojas Disney farão palestras de treinamento e darão apoio ao projeto, afirma Diesendruck. Texto Anterior: Franchising em pé de guerra Próximo Texto: Brasil é o 11º em propaganda Índice |
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