São Paulo, segunda-feira, 7 de agosto de 1995
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Ribeirão 'expulsa' a festa das torcidas organizadas

DA FOLHA NORDESTE

Os torcedores do Corinthians que vieram de São Paulo no comboio de ônibus foram obrigados a comemorar o título na estrada ou guardar a festa para São Paulo.
Esquema especial das Polícia Militar e Rodoviária impediu que os ônibus de São Paulo se dirigissem para a avenida 9 de Julho, no centro de Ribeirão (319 km ao norte de São Paulo).
O comboio da torcida palmeirense saiu primeiro, às 19h30. Logo após, por volta das 20h, foi a vez do grupo corintiano.
Os torcedores do Corinthians saíram ``surfando" sobre os ônibus. Praticamente todos os ônibus das torcidas organizadas tinham pessoas sobre os veículos.
Segundo a Polícia Rodoviária, os ônibus não foram parados para não causar acidentes.
O plano era de que os veículos seriam revistados na estrada.
Até as 20h, segundo a polícia, não tinha havido nenhum acidente envolvendo a volta dos torcedores.
Um conflito entre torcedores palmeirenses e a tropa de choque da PM ocorreu na saída do estádio. A briga começou quando os torcedores se recusaram a se dirigir para os ônibus. A PM partiu para cima dos torcedores com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo.
Os palmeirenses revidaram atirando pedras. Dois policiais foram feridos na cabeça, sem gravidade.
A vitória do Corinthians colocou o ``buzinaço" nas ruas de Ribeirão Preto cerca de dez minutos após o término da decisão.
O estudante André Joaquim de Oliveira estava na 9 de Julho para comemorar dois eventos: o título e seu aniversário de 17 anos.
``Foi o melhor aniversário que tive até hoje", disse.
Dois corintianos devidamente instalados em uma camionete F-1000 levaram quatro caixas de cerveja para vender na comemoração. Bandeira do Corinthians em punho, ajudavam a consumir o estoque à venda. ``Vamos faturar e comemorar até de madrugada."
O administrador de empresas José Carlos Alarcon, 40, trazia o filho Rafael, 10, pelo braço, cantando o hino do Corinthians. ``O Palmeiras sem juiz é outro time. Por isso, o título é nosso".
A bancária Patrícia Portugal de Toledo, 27, comemorava ao lado do marido Alexandre Toledo, 25, gerente de vendas.
Como castigo por ter levado a mulher corintiana para torcer na arquibancada do Palmeiras, Alexandre teve que acompanhá-la na comemoração até de madrugada.

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