São Paulo, segunda-feira, 7 de agosto de 1995
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EDU KARA NOVA

RONALDO SOARES
DA REPORTAGEM LOCAL

Edu K. está de cara nova. A novidade só não surpreende os fãs de seu antigo grupo, o gaúcho DeFalla, que se acostumaram a ver a banda mudar de estilo musical, na mesma proporção em que Edu mudava de visual.
A mais nova versão de Edu K. é inspirada no filme ``Cães de Aluguel", de Quentin Tarantino. O cantor agora faz o tipo ``cafajeste bem vestido", como ele mesmo diz, descrevendo o modelito inspirado nos gângsteres do filme: ``Terno preto, camisa branca, gravata preta fina e óculos escuros".
A mudança veio acompanhada de seu primeiro disco solo, ``Meu Nome É Edu K.", um trabalho mais autoral do que o título faz supor. Além de compor e interpretar as músicas, Edu se encarregou também da produção do álbum.
O sonho de Edu K. é ser um ``astro pop", como Roberto Carlos ou Fábio Jr., artistas que ele elogiou quando lançou seu disco.

Folha - Você realmente gosta de Roberto Carlos e Fábio Jr.?
Edu K. - Gosto. Do Roberto não tem o que falar, ele é rei. Além disso, eu o admiro por aquilo que ele representou, aquela ingenuidade dos anos 50, 60, aquele furor pós-bomba. Foi uma coisa legal do pop, é isso que eu busco. Inclusive, uma revista publicou uma entrevista em que eu dizia que o Roberto estava pastel. Não é isto. Falei o contrário, que o Roberto é como o Led Zeppelin, por exemplo. Ou seja, um artista que o cara ouve um tempão, depois pára e daqui a cinco anos ouve de novo e descobre coisas diferentes. Eu me dei conta de que o Roberto continua igual, tanto na voz, no jeito de cantar, nas coisas que diz. Os arranjos é que mudaram, ficaram mais pastéis.
Folha - E o Fábio Jr.?
Edu K. - O Fábio Jr. eu admiro por ser um cara batalhador. Podem achá-lo ridículo, mas ele ganha muito bem, tem milhares de fãs e o trabalho dele é honesto, porque ele é aquilo ali.
Folha - Você acha que virou um artista brega?
Edu K. - Não. Eu acho que há muito tempo não existe brega. É uma definição muito antiga, típica de jornalista. Música é música. Pode agradar mais a uns do que a outros, mas sempre vai ser música. Rap, rock, funk, tudo é para dançar. O intuito original é este. Eu faço música para dançar.
Folha - Você acha então que foi mal-interpretado?
Edu K. - Minha intenção é ser o novo Roberto Carlos, no sentido daquilo que ele representou nos anos 60. Tenho muitas relações com ele. Inclusive, agora, fiz uma propaganda para o McDonald's em que apareço em um helicóptero sobrevoando o Rio, como o Roberto fez em um filme.

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