São Paulo, terça-feira, 8 de agosto de 1995
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Universidades podem receber alunos bósnios

BETINA BERNADES; ALEXANDRE SECCO
DA REPORTAGEM LOCAL E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A organização não-governamental World University Service (WUS) está fazendo contatos no Brasil para que universidades públicas recebam alunos da graduação, pós-graduação e doutorado da Bósnia (na ex-Iugoslávia).
Segundo a WUS, já foram consultadas as universidades federais da Bahia, Ceará e Brasília.
O principal objetivo da WUS no Brasil é garantir a estudantes bósnios o término do curso acadêmico e retornar ao país. A guerra na ex-Iugoslávia já dura quatro anos. Várias universidades na Bósnia fecharam após o início do conflito.
``Trata-se de um exercício de solidariedade humana que tem um caráter pedagógico para a sociedade brasileira", disse o reitor da Universidade Federal da Bahia, Felippe Serpa. A universidade garante vaga, alojamento e refeição a dois estudantes bósnios.
A Universidade de Brasília (UnB) também concordou em receber um estudante, garantindo matrícula, bolsa de trabalho e alojamento. ``Se todas as instituições públicas aceitassem pelo menos um aluno já seriam 52 matrículas", diz Rogério Aragão, decano de ensino de graduação da Universidade de Brasília.

ONU
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) disse ontem que depende do presidente Fernando Henrique Cardoso a decisão sobre a solicitação do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) para receber ex-iugoslavos. O Acnur consultou o Brasil e mais 30 países sobre a possibilidade de acolher um grupo de 5.000 refugiados.
Segundo a secretaria de Imprensa do Itamaraty, o governo estuda exigir atestado de antecedentes e escolher as pessoas que receberá, de acordo com a qualificação escolar e profissional.
O Brasil não é signatário de nenhum acordo que o obrigue a receber refugiados nessas circunstâncias, segundo o ministério. Se decidir por aceitá-los ``será por questões humanitárias", disse Vera Machado, porta-voz do Itamaraty.
Alexandre Gavriloff, do Conselho Nacional de Imigração, disse que se manifestará favoravelmente à vinda dos ex-iugoslavos se for consultado pelo presidente. ``Somos favoráveis desde que seja elaborado um programa de absorção na sociedade", afirmou.
(Betina Bernardes e Alexandre Secco)

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