São Paulo, terça-feira, 8 de agosto de 1995
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Ritt faz estudo sobre delação

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O liberalismo não é o forte do cinema americano. São raros os cineastas como Richard Brooks, que conseguiram desenvolver uma obra razoavelmente fora dos padrões políticos aceitos sem perder nunca a compostura.
Martin Ritt, cujo "Ver-te-ei no Inferno" passa hoje às 21h30, na Record, é um diretor oscilante. A experiência de ver "Norma Rae", por exemplo, revela-se mais atroz a cada dia que passa. Não é o caso de "Testa-de-Ferro por Acaso", nem de "O Espião que Saiu do Frio".
A ambiguidade é um terreno em que Ritt se move bem. E a ambiguidade está na base de "Ver-te-ei no Inferno", em que mineiros de origem irlandesa criam na Pensilvânia uma espécie de sociedade secreta, os "Molly Maguires.
O patronato, que não é bobo, trata de infiltrar Richard Harris nas fileiras rebeldes. É a partir daí que Ritt desenvolve suas idéias sobre a delação, a vida secreta, a duplicidade humana.
São elementos presentes também em "Testa-de-Ferro" e "O Espião que Saiu do Frio". Novamente, o confronto que se desenvolve é valorizado pela presença de bons atores, bem dirigidos.
No mais, "Ver-te-ei no Inferno", com sua asserção inflexível, é um dos títulos mais memoráveis de que se tem notícia.
(IA)

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