São Paulo, quarta-feira, 9 de agosto de 1995
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Espetáculo ressuscita o mito Eva Perón

ANA PAULA ALFANO
DA REDAÇÃO

Peça: Eva Perón, o Espetáculo
Direção: Roberto Cordovani
Com: Roberto Cordovani, Nuno de Carvalho Homem, Marcos Verza e Nair Cordovani
Onde: Teatro Ruth Escobar - Sala Dina Sfat (r. dos Ingleses, 209, tel. 289-2358)
Quando: estréia hoje, às 21h; de quinta a sábado, às 21h e domingo, às 19h
Quanto: R$ 25

``Eva Perón, o Espetáculo", que estréia hoje, às 21h, no teatro Ruth Escobar, conta um pouco da vida da até hoje tão amada e, ao mesmo tempo, tão odiada primeira-dama argentina.
Eva Perón (1919-1952) foi uma das figuras políticas mais fortes dos anos 40 e início dos anos 50 em seu país. Antes do casamento com o general Juan Domingos Perón (1895-1974), era uma atriz e cantora de rádio de má reputação.
Depois de sua morte por câncer, em 1952, aos 33 anos, seu corpo foi embalsamado e exposto numa redoma de vidro durante três anos, até o golpe que tirou o general Perón do poder, quando foi sequestrado pelos militares. Só em 1971 Perón recebeu o corpo de Eva.
Foi pensando na história inusitada da vida de Eva Perón que o Grupo Arte Livre do Brasil decidiu montar este espetáculo.
O diretor e ator Roberto Cordovani, que mora em Portugal há dez anos, já ganhou vários prêmios na Europa vivendo outro mito: a atriz Greta Garbo, na peça ``Olhares de Perfil".
``Eva Perón" estreou em janeiro, na Ilha da Madeira. Cumpriu curtas temporadas em várias cidades de Portugal e da Espanha e ganhou uma versão para a televisão portuguesa.
A peça começa com a devolução do corpo de Eva a Juan Perón. A partir daí, a história é contada em flashbacks. 80% das falas do espetáculo, que tem duas horas de duração, são originais, extraídas de documentos e gravações da época.
O cenário é bastante simples. Foi utilizado muito ferro para mostrar a Argentina dos anos 50, que tinha a siderurgia em pleno desenvolvimento. Os móveis, porém, são bem mais requintados.
``Houve a preocupação de contrapor a simplicidade que havia do lado de fora da Casa Rosada (residência do presidente argentino) à riqueza de dentro", explica Cordovani.
O figurino é um dos pontos altos da produção. Entre os 14 vestidos usados em cena, todos modelos exclusivos, há alguns da grife Coco Chanel (um deles custou US$ 12 mil) e um Christian Dior.
``Não se podia gastar pouco para mostrar uma mulher que, quando morreu, tinha cerca de 13 mil vestidos e mais de 300 casacos de pele", diz Cordovani.
A peça deve ficar até o final do ano em São Paulo. Depois, viaja para o interior do Estado e para algumas capitais brasileiras.
A estréia em Buenos Aires, marcada para o ano que vem, promete causar polêmica. ``O governo argentino já explicou que precisaremos de guarda-costas durante toda a temporada", conta o ator e diretor.

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