São Paulo, sábado, 12 de agosto de 1995
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Escolas de SP integram deficientes e normais

Objetivo é preparar para convívio social

DA REPORTAGEM LOCAL

Mães cujos filhos são portadores de deficiência auditiva geralmente têm dificuldade para matricular a criança na escola. Em São Paulo, há instituições dirigidas somente à educação de crianças surdas, mas algumas escolas não-especializadas também trabalham com deficientes.
É o caso do Essência Equipe de Ensino, no Campo Belo (zona sul de São Paulo).
O colégio segue uma linha pedagógica montessoriana e aceita alunos com deficiência auditiva. ``Nossas classes são pequenas e o ensino é praticamente individual", diz Egle de Souza, 43, coordenadora pedagógica do Essência.
``Nosso objetivo é trabalhar com crianças deficientes e as das classes convencionais juntas. Acreditamos que assim, elas se preparam melhor para o convívio social", diz.
Foi justamente a preocupação com um ensino que não segregasse a criança do convívio social que levou Ruth Aparecida dos Santos, 41, a matricular sua filha, Urica, 7, no colégio São Bento.
Urica foi para o colégio com 4 anos de idade, logo após perder a audição.
``Ela teve meningite e ficou surda. Num primeiro momento, fiquei desesperada. Não queria que ela se comunicasse só por linguagem gestual, achava que isso limitaria seu universo", diz Ruth.
Urica começou a frequentar uma escola para leitura labial. ``Logo depois, o São Bento fez um convite para que ela fosse para lá", conta a mãe. Hoje, Urica é uma das melhores alunas de sua classe e fala algumas frases.
A diretora pedagógica do São Bento, Ana Maria Lima, 47, diz que Urica, a única deficiente auditiva do colégio, é um troféu. ``Ela é ótima, se adaptou muito bem. Foi uma luta muito grande e os resultados compensam."
Ela diz que a escola não se fecha a receber outros deficientes auditivos, mas cada caso deve ser analisado separadamente. ``É preciso uma estrutura muito especial para esses alunos", diz.

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