São Paulo, sábado, 12 de agosto de 1995
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Rio perde US$ 4 mi por ano com roubo em navio

CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O porto do Rio tem capacidade para receber 35 navios, mas a movimentação média atual é de 18. No entanto, o fato de operar apenas com 50% de sua capacidade não impede que haja pelo menos dois roubos de carga por mês, segundo a PF (Polícia Federal).
Os roubos de cargas representam prejuízo de aproximadamente US$ 4 milhões ao ano.
A ``pirataria" (roubo de cargas e pilhagem de navios) acontece normalmente após a meia-noite e muitas vezes conta com a conivência de tripulantes dos próprios navios. Prostitutas e travestis que frequentam os navios seriam os informantes das quadrilhas.
Segundo a PF, as ocorrências mais comuns são pilhagens de cargas feitas pelos tripulantes ou trabalhadores portuários. As cargas mais visadas são as importadas.
Muitas vezes, as ocorrências não são imediatamente comunicadas à PF. Os navios esperam sair da baía para só então comunicar o roubo. Desse modo, eles podem pedir o ressarcimento do seguro e evitar ficar atracados durante a investigação policial. Os navios pagam, em média, US$ 10 mil por dia para atracar no porto.
Nos últimos cinco anos, foram registradas 140 ocorrências, das quais só 58 se transformaram em inquéritos. O ano de 94 foi o que registrou o maior número de roubos (49). Em 95, já houve quatro casos. A redução estaria relacionada com as novas medidas de segurança que a Cia. Docas do Rio, administradora do porto, vem tomando. A empresa alega que, por questão de segurança, não pode divulgar quais são estas medidas.
O porto do Rio tem um movimento mensal médio de 400 mil toneladas. O tempo de carregamento e de descarregamento é variável. Um navio com automóveis, por exemplo, pode ser descarregado em quatro horas, pois a mercadoria vem em contêineres. Já um navio com grãos pode levar até uma semana descarregando.

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