São Paulo, sábado, 12 de agosto de 1995
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SP vai ganhar `super sinagoga' em setembro

Templo judaico está sendo construído em Higienópolis

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo ganha a partir de setembro uma das maiores e mais luxuosas sinagogas da cidade. O templo pertence à Congregração beneficente Sefardi Paulista, uma das cerca de 20 comunidades judaicas do Estado.
O templo terá 500 lugares, um salão de festas no subsolo e salas de aula e escritórios no segundo e terceiro pisos, servidos por elevadores. O piso dos homens -com 300 lugares- fica no nível de acesso.
O piso das mulheres está disposto numa galeria servida por escadas. A fachada terá estilo clássico.
A sinagoga fica na rua Veiga Filho, em Higienópolis (centro) -bairro que concentra grande parte da comunidade judaica.
Os sefarditas ou farditas possuem seis sinagogas em São Paulo. O novo templo abrigará famílias que há cerca de 30 anos frequentam a sinagoga da rua Bela Cintra.
``Nas últimas décadas, essas famílias foram se mudando da região da Paulista para Higienópolis", diz o rabino David Weitman, coordenador da Congregação beneficente Sefardi Paulista.
No mesmo bairro de Higienópolis, os fardistas já posseum uma sinagoga na rua Piauí e outra na rua São Vicente de Paulo, que está sendo ampliada.
A comunidade sefardista reúne cerca de 600 famílias ou 3.000 pessoas. Na Grande São Paulo, existem cerca de 75 mil judeus.
Segundo o rabino Weitman, a nova sinagoga da rua Veiga Filho está sendo construída pelos sócios da congregação. A família Safra -proprietária do Banco Safra- é uma das principais colaboradoras. ``É uma tradição entre nós que as famílias adquiram as cadeiras que vão ocupar", disse o rabino.
O novo templo terá uma escola não-formal para o ensino religioso e pretende ser um ponto de encontro da comunidade em festas religiosas e casamentos.
A origem do palavra sefardi vem de Sephãrad, nome em hebraico que os judeus que imigraram para Portugual e Espanha deram à Península Ibérica. Esses judeus foram expulsos dali 500 anos atrás e se espalharam pelo Norte da África e pelo Oriente Médio.
``Os primeiros grupos aceitos como judeus chegaram ao Brasil a partir de 1810, quando da Abertura dos Portos e do Tratado de Aliança e Amizade assinado com a Inglaterra", diz Nachman Falbel, professor da USP e diretor do Arquivo Histórico Judaico-Brasileiro. Segundo Falbel, a grande maioria das famílias sefardistas de São Paulo chegou a partir de 1850 vindo do Egito, Turquia, Líbano e Síria.

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