São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Culturas nativas recuperam o solo
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ACRE O Incra e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) trabalham na recuperação de 800 mil hectares de terras devastadas pela colonização no Acre.No lugar das pastagens que ocuparam a maioria das terras após a derrubada da floresta nos anos 70, são plantadas culturas nativas. As principais são cupuaçu (fruta), pupunha (um tipo de palmito), açaí (fruta) e castanha, que existiam na floresta antes da colonização. Segundo o superintendente estadual do Incra, Raimundo de Araújo, 38, as culturas nativas são a melhor forma de preservar o solo e viabilizar economicamente a área. ``Depois que a floresta foi cortada, descobriu-se que o solo da região era fraco para lavouras como café, arroz, feijão e milho. Logo, as terras viraram pastagens." Segundo Araújo, a maior parte do território acreano é constituído de argila, solo que não apresenta produtividade. ``Ele é bom para fazer tijolo", afirmou. Até agora, foram recuperados 200 mil hectares de terras onde já existiram projetos de assentamento. A recuperação prevê reflorestamento e combate à erosão. Araújo disse que as culturas amazônicas são uma alternativa economicamente viável para o Acre e que os agricultores já descobriram isso. ``As frutas podem ser vendidas `in natura' ou como concentrado para sucos", observou. Ele acha que o retorno às culturas típicas ajudará a preservar as terras e a fixar o homem no campo. A maior dificuldade é o escoamento da produção, por falta de rodovias e estradas vicinais. Segundo Araújo, pelo menos 30% da produção agrícola do Estado se estraga sem conseguir sair das propriedades rurais. Texto Anterior: "O cafezal morreu, a terra era ruim" Próximo Texto: Punição dos EUA poderá custar US$ 1 bi por ano Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |