São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995 |
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Homens brigam para ajudar a criar os filhos
PATRICIA DECIA
Mas o ``pai participante" ainda não é realidade para as pesquisadoras da Comissão de Cidadania e Reprodução, que encomendaram a pesquisa. Um dos motivos é uma espécie de ``reserva de mercado" praticada pelas mulheres. Tomam a responsabilidade para si 42%, enquanto apenas 1% atribui essa obrigação ao pai. A porcentagem diminui entre as mulheres com nível superior (25%) e aumenta entre as que fizerem até a 4ª série do 1º grau (56%). ``Maternidade é uma área de poder da mulher. Se ela quiser incluir o homem, tem que baixar a guarda", afirma a demógrafa Elza Berquó, 61, membro da comissão. Mas são as mulheres que gastam mais tempo no cuidado direto com os filhos. Para a maioria dos homens, o tempo varia de uma a quatro horas diárias. É bem mais do que os 40 segundos gastos pelos ingleses (segundo estudo publicado em julho), mas não se pode dizer que está próximo do ideal. ``O casal precisa encontrar um ponto de equilíbrio", diz a antropóloga Sandra Mara Garcia, 38. A divisão de tarefas também esbarra em alguns problemas. Segundo a psicóloga Margareth Arilha, 38, o pai tem tarefas que exigem menos intimidade com a criança. A comida, as fraldas, o banho são geralmente atribuições femininas. A comissão realizou a pesquisa para coletar dados sobre o comportamento do homem sobre temas relacionados à paternidade. O que mais surpreendeu foi o desconhecimento sobre a fertilidade masculina. 59% dos entrevistados não souberam responder quantos dias por mês o homem é fértil. A resposta correta é todos os dias. Texto Anterior: Pelé; Romário; Edmundo; João Goulart Próximo Texto: Estudo foi feito em quatro capitais Índice |
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