São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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Olhos para o futuro e uma nova casa no inverno

Na semana passada, compareci a uma inauguração muito importante para a Indy, a abertura do autódromo de Homestead, perto de Miami (EUA), onde vai acontecer a primeira corrida de 96, no dia 3 de março.
A pista foi projetada com olhos para o futuro. Fizeram um autódromo de nível internacional, gastando mais de US$ 50 milhões, com um desenho final parecido com a pista de Indianápolis, mas menor. São quatro curvas, idênticas em seus raios, com duas retas mais longas, onde haverá possibilidade de ultrapassagem.
Só que as curvas são mais lentas, como em New Hampshire, o que é uma necessidade para o futuro da Indy, pois os carros estão muito rápidos. Com o raio das curvas mais fechado, os pilotos terão de frear bastante antes de contorná-las. Isso também cria chances de ultrapassar e a corrida terá mais disputas. Quer dizer, uma prova emocionante e segura.
Para nós, brasileiros, a pista é favorável, não só pelo fato de a maioria dos pilotos do Brasil morar em Miami, mas também porque teremos um novo centro de testes durante o inverno.
Agora, todas as equipes vão passar meses lá. Como o campeonato termina em setembro e o outro só começa em março, temos seis meses de testes. Antes, a gente só ia para Phoenix. Eu morava lá no inverno.
Homestead foi a área mais afetada pelo furacão Andrew, que passou por ali há dois anos. A região foi praticamente toda destruída e, agora, conta com incentivos fiscais do governo da Flórida para atrair gente, turismo e, enfim, se reconstruir.
O circuito foi desenhado por um comitê de pilotos, do qual eu participei. É até gozado, porque, no Rio, participei menos. Foram fazendo, saiu e nem me perguntaram como deveria ser. Achei isso estranho. Participei de uma parte e, depois, não me consultaram. Falaram ``é assim que vai ser" e ficou. Não tive nem a chance de consultar outros pilotos. Em Miami, não. Fizemos um comitê e quem deu a idéia final foi o Rick Mears.
Além do circuito oval, construíram também um misto, muito bem feito.
Fora isso, Miami tem ar mais internacional. Um autódromo lá é importante para o futuro da Indy, além de estarmos num momento especial para o automobilismo, esporte número um em crescimento nos EUA.
A Indy está crescendo também fora do país, virando uma categoria internacional. Há grande interesse das fábricas de motores, como a Mercedes, a Honda, a Ford e, agora, a Toyota, que está entrando na série.

Emerson Fittipaldi, 48, piloto da Penske, escreve nesta coluna a cada GP da Indy

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