São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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Gangues sérvias matam muçulmanos, diz ONU

Refugiados atacam civis no território sérvio da Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Gangues de refugiados sérvios que deixaram a Croácia na semana passada estão torturando e matando muçulmanos e croatas no território sérvio da Bósnia, informaram as Nações Unidas.
Segundo o porta-voz da ONU Kris Janowski, policiais locais estão ajudando os sérvios a expulsar não sérvios de suas casas na região de Banja Luka (centro da Bósnia).
"Temos casos horrorosos de assassinato, afirmou Janowski. Um casal de idosos, diz, foi assassinado em casa, depois que a mulher, inválida, foi torturada por meia hora com tesouras e cacos de garrafa. "Eram muçulmanos.
Noutro incidente, um croata foi assassinado diante de sua casa por um soldado sérvio. Um grupo de refugiados depois violou a viúva.
"Esses são os piores casos relatados em meses na região de Banja Luka, afirmou Janowski. Os sérvios foram expulsos da região da Krajina, parte da Croácia que estava sob domínio sérvio desde 1991.
A fulminante ofensiva croata na semana passada gerou um fluxo de mais de 150 mil refugiados rumo à Sérvia e à área sob controle sérvio na Bósnia.
Combates pesados voltaram a tomar conta da Bósnia Central. Forças do governo bósnio, formado por uma aliança entre muçulmanos e croatas, usaram armas pesadas contra a cidade de Donji Vakuf, sob domínio sérvio.
"Houve cerca de 1.300 disparos nas primeiras três horas da manhã, afirmou o porta-voz das ONU Greg Thompson.
Chegou a Banja Luka um avião da organização Médicos Sem Fronteira, com alimentos e remédios para os cerca de 80 mil refugiados sérvios na cidade.

Valas comuns
A ONU informou que não houve progresso nas inspeções de locais onde sérvios teriam executado até 2.700 civis bósnios após tomarem o encrave muçulmano de Srebrenica (leste), no mês passado.
Fotografias divulgadas pelo governo dos EUA sugerem a existência de valas comuns, onde teriam sido enterrados os civis. Cerca de 6.000 pessoas desapareceram com a tomada do encrave, segundo a Cruz Vermelha.

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