São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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SEMELHANÇAS ENTRE BRASIL E COLÔMBIA

OS TESOUREIROS
Os grandes personagens das crises foram os tesoureiros das campanhas presidenciais, PC Farias no Brasil e Santiago Medina na Colômbia. PC é o único preso do escândalo, assim como Santiago Medina. A diferença: Medina falou e acabou sendo o detonador do escândalo. PC calou-se.

CONGRESSOS SUSPEITOS
A avaliação do público sobre o Congresso é tão negativa no Brasil como na Colômbia. Na Colômbia, há nove congressistas, todos do Partido Liberal (governista), também sob investigação por suspeita de financiamento pelo cartel de Cali. Mais ou menos como se o Collogate tivesse coincidido com o chamado escândalo do Orçamento no Brasil.

CRIANÇAS DE RUA
É um dos grandes problemas sociais em ambos os países. Na Colômbia, os ``gamines", nome dos meninos de rua, chegam a 5 mil. Como no Brasil, são também vítimas frequentes de assassinatos: na Colômbia, 609 menores tiveram morte violenta só nos cinco primeiros meses de 95.

ABISMO SOCIAL
O governo colombiano calcula que 16 milhões de seus 35 milhões de habitantes são marginalizados socialmente. Dá, portanto, 45% da população total vivendo na pobreza ou na miséria. No Brasil, relatório do governo encaminhado em março à ONU informa que 41,9 milhões ou 26,8% da população são pobres ou indigentes.

CRIMINALIDADE
O índice de criminalidade na Colômbia é considerado dos mais altos do mundo. Só no primeiro trimestre de 95, 8.491 pessoas foram assassinadas, o que dá 94 crimes por dia. São 77,5 assassinados para cada 100 mil habitantes contra, por exemplo, 8/100 mil nos EUA.

PRIMEIRAS DAMAS
No Brasil, Collor conseguiu evitar o depoimento de sua mulher, Rosane, no escândalo da LBA (Legião Brasileira de Assistência). Na Colômbia, a primeira-dama, Jacquin Strouss de Samper, não escapou de depor. É acusada de desviar para a campanha dinheiro arrecadado em nome da Fundação Amigos do Meio Ambiente.

RETÓRICA
No Brasil, Ruth Cardoso, no comando do programa Comunidade Solidária, diz sempre que os problemas sociais não poderão ser resolvidos só pelo governo e exige a intervenção da sociedade. Na Colômbia, é o próprio presidente quem diz: ``Derrotar a pobreza e elevar a qualidade de vida da maioria dos colombianos não é uma tarefa que possa ser desenvolvida individualmente pelo governo".

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