São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995 |
Próximo Texto |
Índice
Preços estimulam lojas de importados
PEDRO YVES
Para quem pretende entrar nesse mercado, é bom saber que abrir um comércio de importados não exige grande investimento. No entanto, alguns cuidados são fundamentais para o negócio dar certo. Lojistas, importadores e consultores em comércio exterior apontam duas condições básicas: ter capital próprio e atuar apenas em um segmento de produtos. Uma alternativa é conseguir uma carta de crédito bancário, que dá direito a prazos de pagamento mas, nesse caso, só o valor que os bancos cobram pelo documento encarece a importação em cerca de R$ 1.000, fora os juros. Atuar só em um ramo de produtos é uma condição importante. Assim, é possível manter a regularidade das marcas oferecidas. Os importadores afirmam que depois de cinco anos de abertura comercial, o consumidor cansou de experimentar novidades e adquiriu fidelidade aos importados que oferecem preço e qualidade. ``A preocupação agora é saber onde dá para encontrar o espaguete italiano Pasta Reggia por R$ 0,89 ou o vinho branco alemão Liebfraumilch por R$ 3,60", diz Flávio Roveri Martins, 21, sócio-gerente da mercearia Lisboa Importados, no bairro do Tatuapé (zona leste de São Paulo). Na semana passada, a 20 metros da Lisboa Importados, o supermercado Pão de Açúcar vendia a garrafa de vinho Forrestier branco por R$ 4,87 e o pacote de espaguete Ádria a R$ 0,66 -ambos nacionais. O coordenador do Departamento de Comércio Exterior do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), José Silvério Rosa, 46, ressalta a questão dos preços ao consumidor. ``Os produtos que vêm da Ásia, por exemplo, mesmo com as taxas cobradas na importação, continuam com preços competitivos." Segundo ele, os quatro ramos de produtos mais procurados são brinquedos e presentes; artigos esportivos; alimentos e bebidas; e informática. O capital necessário para abertura de uma loja de brinquedos e presentes é de R$ 10 mil; artigos esportivos, R$ 20 mil; alimentos e bebidas, R$ 50 mil e informática, R$ 50 mil (veja quadro ao lado). A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) do Banco do Brasil dispõe de uma relação de todos os importadores brasileiros e é uma fonte de fornecedores para revendedores. As associações comerciais também podem ajudar. Para importação direta, o Sebrae-SP tem um serviço que ajuda empresas a procurar fornecedores em outros países. Consulados e câmaras de comércio de outros países podem ser procurados. Outra dica é frequentar as feiras de negócios. Nos últimos anos, fornecedores estrangeiros têm participado delas em busca de potenciais clientes brasileiros. A maioria dos importadores, entretanto, viaja regularmente ao exterior em busca de novidades ou para realizar negociações diretas. Na abertura da empresa é preciso atenção -microempresas são proibidas por lei de importar. O empresário dessa categoria terá de comprar de distribuidores. ONDE ENCONTRAR: Sebrae-SP - tel. (011) 279-6877. Próximo Texto: Novos shoppings têm espaço para comerciantes Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |