São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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Planos em dólar exigem mais cuidado

DA REPORTAGEM LOCAL

Prestar atenção às condições de pagamento é o primeiro passo para quem vai financiar a compra de um carro e não quer se transformar num inadimplente.
Para o economista José Dutra Sobrinho, 56, planos com parcelas corrigidas pelo dólar são os que exigem mais cuidados.
Antes de entrar em um financiamento, diz Dutra, o consumidor deve checar qual será o percentual de seu salário destinado ao pagamento da primeira parcela.
Feito o cálculo, é possível avaliar qual será a capacidade de poupança. ``Se mais de 15% da renda mensal estiver comprometida e a capacidade de poupança for mínima, todo cuidado é pouco."
Esse consumidor, diz Dutra, ``seria um potencial candidato à inadimplência".
O economista afirma que muitos consumidores esquecem que os salários deixaram de ser corrigidos pelos índices inflacionários.
``Mas, enquanto a renda permanece a mesma, a prestação é reajustada pela flutuação do dólar, que deve acompanhar as taxas mensais de inflação nos próximos 12 meses", explica Dutra.
``Portanto, o consumidor tem de estar preparado para correções de 1% a 3% em cada prestação."
As precauções também valem para quem pretende adquirir seu carro novo por consórcio ou planos de financiamento com prestações fixas.
Acostumados às antigas e estratosféricas taxas de inflação e confiantes na estabilidade da economia, diz Dutra, os consumidores tendem ao consumo compulsivo.
``Muita gente, menosprezando juros mensais que ultrapassam os 10%, embarca levianamente em planos de até 24 meses, com parcelas prefixadas em reais."
``Sem a correção automática dos salários, os juros podem apunhalar o devedor pelas costas."

Pé atrás
``Vendo Escort. R$ 5.000, mais 45 parcelas de R$ 190." É preciso estar bastante atento a anúncios desse tipo.
O Procon (órgão de defesa do consumidor) recomenda atenção redobrada em negócios que envolvam transferências de dívida.
Tudo para evitar a compra de um automóvel que já esteja sob processo de busca e apreensão.
Segundo Dinah Barreto, 47, supervisora de assuntos financeiros do Procon, uma consulta à financeira é suficiente para evitar eventual falcatrua.
Nessa mesma consulta, o consumidor deve checar qual é o valor da dívida que será assumida.

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