São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 1995
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Midori quer conhecer arte brasileira

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Concerto: Midori (violino) e Robert Mcdonald (piano)
Quando: dias 23 e 24 de agosto
Quanto: de R$ 10 a R$ 75
Onde: Teatro Cultura Artística (r. Nestor Pestana, 196, tel. 258-3616)

A violinista japonesa Midori, que fará concertos em São Paulo nos dias 23 e 24, diz que está vindo ao Brasil para conhecer os museus e galerias. Midori se diz interessada em pintoras como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti.
A vida universitária é uma experiência nova na vida desta violinista de 24 anos. Após encerrar o colegial, ela passou quatro anos estudando apenas música.
A menina prodígio projetada internacionalmente por Zubin Mehta em 1982, aos 11 anos, está amadurecendo. Em 1992, fundou, em Nova York, a Midori Foundation, uma instituição filantrópica destinada a levar a música erudita às escolas públicas norte-americanas.
Sua turnê latino-americana inclui apresentações com o pianista Robert McDonald no Brasil, Chile e Argentina. De Buenos Aires, ela concedeu entrevista à Folha.

Folha - Por que você escolheu uma peça de Schnittke?
Midori - Não toco muita música contemporânea, mas sou interessada em autores como Messiaen e Schnittke. A "Suíte no Estilo Antigo" não é, de qualquer maneira, uma peça vanguardista. Ela é uma peça pequena e bonita com elementos barrocos e românticos.
Folha - Você tem dois instrumentos do século 18: um Stradivarius "Júpiter" de 1722 e um Guarnieius del Gesu "ex-David" de 1735. Qual dois dois vai tocar no Brasil?
Midori - O Del Gesu, porque é um instrumento menor, mais fácil de manusear. Diria que o som do Stradivarius é mais soprano, brilhante, e o Del Gesu seria mais profundo.
Folha - O que é a Midori Foundation?
Midori - É uma fundação destinada a trazer música erudita para crianças na área de Nova York. Selecionamos 25 escolas públicas, que têm direito a cinco concertos gratuitos e outras atividades. Adoro trabalhar com crianças. Elas são muito espontâneas, têm uma resposta muito direta. Muitas vezes, estamos oferecendo a elas o primeiro contato com a música.
Folha - Esta é a sua primeira vinda à América Latina. Como se sente a respeito?
Midori - Estou muito animada. Sou muito interessada em artes visuais e, em meu curso na New York University, foi dada grande ênfase na arte latino-americana. Pretendo ir a muitos museus e galerias por aí. Adoro as cores de Tarsila do Amaral. Acho muito interessante também Anita Malfatti, e não achei nenhuma galeria que a representasse em Nova York, o que é uma pena, pois gostaria muito de ver seus primeiros quadros.

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