São Paulo, quarta-feira, 16 de agosto de 1995
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Sarney fica ao lado de ACM na disputa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), ficou do lado do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) na queda-de-braço contra o governo.
Sarney defendeu ontem ACM e um outro ``tratamento" ao banco. Segundo o senador, o problema não é apenas da Bahia, mas de todo o Nordeste e da Federação.
Segundo Sarney, 80% dos correntistas do Econômico são da região Nordeste. "Ele (ACM) não está defendendo uma causa pessoal, nem uma causa baiana. Ele está defendendo uma causa regional e, portanto, da Federação, que vive do equilíbrio entre todas as regiões do país", disse Sarney.
O presidente do Congresso afirmou que o governo deveria dar o mesmo tratamento que deu para outros bancos devedores, mas não citou os nomes.
Banespa e Banerj, os bancos estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, estão sob intervenção do governo, mas permaneceram funcionando.
"Ele (governo) deve considerar, ao tomar decisões, o equilíbrio e o dano econômico que vai causar às diversas regiões do país e a responsabilidade que o país tem em manter a integridade da federação em todos os seus procedimentos", disse Sarney. Para o deputado José Genoino (PT-SP) o governo socializa prejuízos e privatiza lucros.
O deputado Marcelo Déda (PT-SE) afirmou que o senador Antônio Carlos Magalhães ganhou uma prova pública do presidente Fernando Henrique Cardoso de que é ele quem manda no governo.
``FHC fez um acordo com as raposas e esqueceu de colocar as galinhas no seguro. Em cada crise ele escolhe ficar com os seus aliados e se esquece dos interesses nacionais que tem que guardar."
A intervenção no Banespa foi o principal assunto discutido na reunião na bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, pela manhã.
"Eu fico revoltado com essas comparações. Quem teve tratamento privilegiado foi o ACM, que até fala das promessas feitas pelo presidente para resolver a questão. Eu só fui avisado da intervenção na véspera", afirmou o governador Mário Covas (PSDB) (leia texto na página 1-8).
A crítica foi reforçada pelo líder do PSDB na Câmara, José Anibal (SP). ``É uma leviandade dizer que os governadores do PSDB estão recebendo tratamento favorecido por parte do presidente", afirmou.

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