São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Dallari diz estar disposto a ajudar Malan

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-secretário de Acompanhamento Econômico José Milton Dallari disse ontem que vai voltar a suas quatro empresas -inclusive à Decisão, pivô da crise que o atingiu- agora que não exerce mais função no Ministério da Fazenda.
Dallari afirmou estar à disposição do ministro Pedro Malan (Fazenda) e do Fernando Henrique para ``colaborar gratuitamente com o governo, caso seja convocado".
O ex-secretário, que nos últimos 15 dias foi alvo de denúncias de tráfico de influência junto às empresas clientes de sua consultoria, afirmou que não pretende mais exercer cargo público.
"Já dei minha contribuição à sociedade brasileira. Ajudei a fazer o Real, que beneficiou a população de baixa renda", disse Dallari.
Ele afirmou que deixou o governo, apesar de pedidos de Malan e FHC para que permanecesse.
"Os problemas que me atingiram tiveram origem política, em pessoas que fazem oposição ao governo", disse.
Dallari considerou que, entre os que pressionaram por sua saída do governo, estão ``grupos que se sentiram atingidos pelo trabalho que exerci". Ele não quis especificar a quais grupos se referia.
O ex-secretário do Ministério da Fazenda afirmou ter o resultado de exame grafotécnico não-oficial, segundo o qual as assinaturas nos recibos da Decisão não são suas, mas de Alice Miyamoto, funcionária da empresa.
Dallari voltou afirmar estar desligado da direção da Decisão, desde janeiro de 94.
O fato do desligamento não ter sido registrado em cartório -e, portanto, não ter valor legal- se deve ao fato de o seu então sócio, Helladio Paris da Costa, ter falecido em novembro de 93.
"O Helladio deixou filhos menores de idade e a transferência da minha parte da empresa não foi permitida pela Justiça", afirmou o ex-secretário.
O ministro Malan foi informado da assessoria informal do médico aposentado Roberto de Melo nas negociações, em maio de 94.
Segundo Dallari, Melo passou a assessorar a secretaria em abril de 94 e participava apenas das discussões relativas à sua formação profissional.

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