São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995 |
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Presidente tenta evitar rompimento com ACM
SÔNIA MOSSRI; MARTA SALOMON; SILVANA DE FREITAS
A intenção de FHC é evitar uma ruptura com o senador Antônio Carlos Magalhães (BA) e seu partido, o PFL. Um rompimento agora poderia comprometer a aprovação das reformas da Constituição. O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE) disse à Folha que Fernando Henrique ``sai de cena" e que as negociações serão conduzidas pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan. A determinação para que Malan seja o interlocutor do governo no caso do Banco Econômico foi dada ontem por Fernando Henrique. Ao dar esta informação, o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, sugeriu que o governo vinha dando um tratamento político ao caso. Segundo Amaral, agora prevalecerá o critério técnico. Reformas Sérgio Machado se mostrou preocupado com o envio, na próxima semana, das reformas tributária e administrativa. Sem o apoio do PFL, o governo não tem como aprovar qualquer mudança na Constituição. Até mesmo o PMDB entrou em ação para evitar que Fernando Henrique perca o apoio do PFL, uma de suas principais bases de sustentação no Congresso. O líder do partido no Senado, Jáder Barbalho (PA), começou a articular, juntamente com o PSDB, uma estratégia para impedir que haja rompimento nas relações de Antônio Carlos Magalhães com o presidente. ``O relacionamento entre Antônio Carlos e o presidente Fernando Henrique está muito tenso. O estremecimento entre o senador e o presidente pode afetar a base do governo no Congresso", observou o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP). Luís Eduardo O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), filho do senador baiano, reuniu no início da noite as cúpulas de seu partido, do PMDB e do PSDB. A idéia era buscar uma solução que evite o rompimento entre seu pai e o presidente. Os três partidos mostraram-se preocupados com a troca de farpas de ontem. O Palácio do Planalto avalia que o presidente precisava ter usado um tom duro em suas declarações para reduzir o desgaste político produzido pelo PFL baiano na última terça-feira, mas ao mesmo tempo temia um rompimento com o senador. Antônio Carlos Magalhães disse a seus aliados que se considera traído pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O senador baiano considerava que o Banco Central assumiria o prejuízo de US$ 3 bilhões para suspender a intervenção do Banco Econômico e daria o sinal verde para a sua desapropriação pelo governo da Bahia. Texto Anterior: Dallari diz estar disposto a ajudar Malan Próximo Texto: FHC critica pressões e ameaças de ACM Índice |
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