São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Rede pretende demitir 22 mil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A RFFSA (Rede Ferroviária Federal) está preparando um programa de demissões voluntárias para dispensar 22 mil dos seus 42 mil funcionários.
A empresa está incluída no programa de privatização do governo. Ontem, o presidente da RFFSA, Isaac Popoutchi, disse que há uma previsão de absorção de apenas 20 mil funcionários pelas empresas que irão arrendar o patrimônio da rede.
``A idéia não é fazer demissões em massa", disse Popoutchi aos deputados da Comissão de Transportes da Câmara.
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Edmar Bacha, afirmou que o governo está negociando um financiamento com o Bird (Banco Mundial) para pagar as indenizações, pois a RFFSA não tem recursos para quitá-las.
A intenção do BNDES é elaborar um plano de enxugamento de pessoal semelhante ao do Banco do Brasil.
O BB adotou um programa de aposentadorias e demissões incentivadas que teve a adesão de cerca de 12 mil empregados. Ele pagou adicional de férias, 13º e contribuições para o fundo de pensão do BB, além de outros benefícios.
Isaac Popoutchi disse que a receita anual da RFFSA é US$ 853 milhões, sendo que US$ 700 milhões foram gastos com a folha de pagamento e US$ 120 milhões com combustíveis para os vagões.
``Isto mostra que a empresa está com uma péssima estrutura. Há uma incapacidade de autofinanciamento".
Edmar Bacha disse que a intenção do governo é arrendar os ativos operacionais -vagões, trilhos e armazéns- e fazer leilão da concessão do serviço de transporte ferroviário.
O patrimônio da empresa está calculado em R$ 16,6 bilhões e as dívidas chegam a R$ 5 bilhões.
O poder público fará a concessão do serviço de transporte ferroviário à empresa privada e a RFFSA irá fazer o arrendamento dos ativos ao concessionário.
O BNDES dividiu os 22 mil quilômetros em seis trechos privatizáveis.

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