São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Econômico não interessa a outros bancos

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Somente um banco estrangeiro, com planos de começar a operar imediatamente no Brasil, pode ter interesse na compra do Banco Econômico. Mas ainda não apareceu esse banco.
Essa é a avaliação obtida pela Folha junto a banqueiros e executivos financeiros. O principal atrativo do Econômico é sua rede nacional de 279 agências.
Não há, no momento, nenhum banco brasileiro de varejo interessado em ampliar sua rede. Ao contrário, com as agências informatizadas, a tendência é de redução das redes.
Assim, o Econômico, em tese, só pode interessar a um banco estrangeiro que não opere agências no país e queira fazê-lo imediatamente. A venda para instituição estrangeira é legamente possível. Basta um decreto do presidente FHC autorizando o negócio.
Mas no centro financeiro de São Paulo, ainda não apareceu algum banco que manifestasse interesse firme no Econômico. E dificilmente vai aparecer, tal é a avaliação entre banqueiros.
Isso porque há outros dois bancos de varejo já em processo de privatização, o Meridional e o Credireal, ambos operando normalmente e em boas condições financeiras.
Já no caso do Econômico, o comprador precisa entrar com R$ 1,8 bilhão, de uma vez, só para tapar o buraco conhecido.
Para se ter uma idéia do que representa esse gasto, basta verificar que com R$ 18 milhões dá para abrir um banco de uma agência, em São Paulo.
A conclusão, nos meios financeiros, é a seguinte: como o governo da Bahia não tem R$ 1,8 bilhão para cobrir o déficit atual do Econômico, ou o governo federal dá o dinheiro ou o banco baiano será fechado.
Assim, se o governo federal mantiver seu compromisso de não colocar dinheiro no Econômico, o banco caminha para a liquidação.

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