São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995 |
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Esquivel recebe homenagem em São Paulo
ROGER MODKOVSKI
Ontem à tarde, ele se reuniu com o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, e representantes do grupo Tortura Nunca Mais (que luta pelo esclarecimento dos casos dos desaparecidos durante o governo militar), da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo e da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Esquivel é presidente do Serviço Paz e Justiça, uma ONG (Organização Não-Governamental) com status consultivo na ONU (Organização das Nações Unidas) e na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). Com sede na Argentina, atua em favor dos direitos humanos em todo o mundo. Esquivel, arquiteto e escultor que se notabilizou na luta pelos direitos humanos durante o regime militar argentino (1976-83), disse que, apesar da anistia, os crimes cometidos durante o governo militar brasileiro (1964-85) devem ser apurados até o fim. ``É impossível construir um Estado democrático negando a um povo o direito de verdade e de justiça", disse. Dom Paulo Evaristo Arns disse que a investigação dos casos dos desaparecidos pode revelar crimes não previstos na Lei de Anistia, de 1979. Por exemplo: pessoas que, a serviço da repressão, aproveitaram para realizar vinganças pessoais ou roubar. Nos casos em que se comprovasse tortura, passaria-se do dano físico para o dano moral -o que aumenta o valor das indenizações. Esquivel voltou a criticar o presidente argentino Carlos Menen por ter indultado militares antes que seus julgamentos chegassem ao fim, em 1990. Ele também anunciou que sua organização está se informando sobre a chacina de nove sem-terra em Corumbiara (RO), ocorrida no último dia 9. Caso seja necessário, Esquivel disse que vai procurar o presidente Fernando Henrique Cardoso. Texto Anterior: Carros oficiais vão participar de rodízio Próximo Texto: Caminhões tombam e param 31 km em SP Índice |
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