São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Só o nome não basta para ganhar uma luta

ÉDER JOFRE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nome não ganha luta. Quando soa o gongo, são dois pugilistas da mesma categoria, com pesos parecidos, luvas semelhantes e, em tese, chances iguais.
Não será a luta de Tyson, amanhã, a primeira a ser decidida antes de começar. Peter McNeeley tem muitas vitórias e precisa ser respeitado.
Qual o maior adversário de Tyson? A falta de treinamento. É certo que, durante o período em que esteve preso, caprichou nos exercícios. Mas sempre sozinho, pois só há pouco voltou a treinar contra outros lutadores -e, mesmo assim, contra atletas sem a pegada de um pugilista de ponta.
Tyson já caiu antes, diante de Buster Douglas, e justamente pela falta de treinamento adequado.
É claro que, se Tyson mostrar que está com 70% da forma de antigamente, sou mais ele. E é justamente isso que aumenta o interesse pela luta. Será que ele vai se reencontrar no ringue, depois de tudo que passou?
Eu admiro Tyson como pugilista. Ele é capaz de se dedicar a fundo, treinar forte e tem uma volúpia pelo boxe que transparece quando se concentra antes do combate. Sobe no ringue e não dá uma palavra, o olhar perdido, a cabeça batendo de um lado para o outro, como se fosse um urso.
Em potencial, Tyson dá de 10 a 0 no adversário. Não é à toa que foi campeão do mundo e, em determinada época, pareceu invencível. Ele bate bem com as duas e é rápido, talvez mais rápido agora, depois dos treinos na prisão.
Eu acredito em Tyson a ponto de dar um palpite: nocaute a seu favor no primeiro round (terceiro, se McNeeley tiver boa resistência).

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