São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Espanha tem 40 feridos em atentado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma bomba explodiu ontem em frente a um quartel da Guarda Civil da Espanha em Arnedo (330 km a nordeste da capital, Madri) e deixou 40 pessoas feridas.
A polícia espanhola procurava ontem os suspeitos do atentado em montanhas próximas a Vitória, capital do País Basco (região nordeste da Espanha).
O grupo separatista basco ETA (sigla de Pátria Basca e Liberdade, em basco) é suspeito do ataque.
Segundo a polícia, três homens fugiram em carro roubado pouco depois da explosão. Eles teriam batido o carro a 9 km do quartel.
Os terroristas teriam tomado então um carro de polícia e, depois, um terceiro carro. O último deles foi deixado próximo a Vitória.
Informação preliminar dizia que a bomba estava dentro de um carro. O governador da região de La Rioja (onde ocorreu o atentado), Miguel Godia, disse que foram usados um ou dois pacotes-bomba.
Ninguém reivindicou o ataque. A polícia estima que a bomba tinha 55 kg de explosivo amonal. Ela danificou 70 prédios e destruiu 37 carros que estavam próximos. O amonal já foi usado pelo ETA em vários de seus atentados.
Na semana passada, a polícia acusou o ETA de tramar a morte do rei Juan Carlos, de férias na ilha de Mallorca (Mediterrâneo).
O ETA faz atentados terroristas há 27 anos para que o País Basco se torne independente.

González
Três juízes da Suprema Corte da Espanha disseram que, em princípio, existem evidências suficientes para que o premiê espanhol, Felipe González, seja processado por ligação com esquadrões de morte que operavam nos anos 80 contra o ETA, segundo informou a Televisão Nacional Espanhola.
A decisão formal sobre a existência de evidências para abertura de processo contra González deve ocorrer hoje pela manhã.
Para que haja processo, o Parlamento do país terá que suspender a imunidade parlamentar do premiê e de outros três líderes socialistas.
Os GAL (Grupos de Libertação Antiterrorista), com os quais González estaria envolvido, são acusados da morte de pelo menos 27 pessoas no sudoeste da França durante os anos 80.
Em julho, o ex-líder socialista no País Basco Ricardo García Damborenea acusou González de saber da existência dos GAL.
González nega envolvimento, mas antecipou para março de 1996 as eleições parlamentares por causa das suspeitas.

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