São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Explosão de bomba fere 17 no centro de Paris

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

A explosão de uma bomba feriu 17 pessoas ontem perto do Arco do Triunfo, um dos pontos turísticos mais visitados de Paris.
Entre os feridos há quatro húngaros, quatro italiaons, uma britânica, uma alemã e uma portuguesa. Quatro dos turistas feridos são crianças. Três deles estão em estado grave.
``Foi um atentado, mas não houve reivindicação até agora", disse o premiê Alain Juppé aos jornalistas na praça Charles de Gaulle-Étoile, onde fica o Arco.
Segundo a polícia, a bomba foi construída com um botijão de gás semelhante ao usado no atentado no metrô de Paris, no dia 25 de julho, que matou sete pessoas.
A ``hipótese islâmica" de autoria do atentado é novamente a mais provável, diz a polícia.
Um carro cinza, com dois homens, que teria arrancado logo depois da explosão, estava sendo procurado pelos policiais.
Um carro do corpo diplomático iraniano foi parado e liberado pela polícia na praça, logo após a explosão. O Irã condenou o atentado.
O governo francês não concluiu as investigações do atentado no metrô, mas diz que é provável que ele tenha sido cometido pelo Grupo Islâmico Armado.
O GIA reúne grupos fundamentalistas islâmicos que combatem os militares que governam a Argélia, apoiados pela França.
O diretor do serviço de emergência médica de Paris, Pierre Carli, disse à Folha que os ferimentos foram bem menos graves que os do atentado de julho.
``Os ferimentos mais comuns eram de impacto de pedaços de metal. Os policiais disseram que a bomba estava recheada de pregos de carpinteiro", disse Carli.
Segundo Françoise Rudetzki, presidente do SOS-Atentado, os turistas terão direito ao fundo francês de indenização às vítimas de atentado. A SOS é uma organização não-governamental.
A bomba explodiu à tarde a poucos metros da agência do Banco do Brasil em Paris, frequentada praticamente apenas por brasileiros. A agência já estava fechada no momento da explosão.
Uma cabine telefônica de vidro e uma banca de jornais, a cerca de cinco metros da lata de lixo onde a bomba explodiu, não foram danificadas.
A dona da banca de jornais, Marie Vaillant, disse que viu muita ``fumaça cinza e uma gritaria doida" depois da explosão.
``Um dos meus clientes portugueses ficou muito ferido. Eles sempre se reúnem aqui perto para conversar".
A lata de lixo que explodiu ficava em frente a uma faixa de pedestres na esquina das avenidas Friedland e Hoche, que terminam na praça do Arco do Triunfo.
Doze grandes avenidas confluem na praça, entre elas a dos Champs Elysées, onde fica o palácio presidencial. A praça fica próxima aos bairros mais sofisticados.

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