São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Refugiados

Em meio à verdadeira nuvem de intrigas que baixou sobre Brasília, o presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu arrumar tempo para tomar uma excelente decisão. A disposição de FHC de receber pelo menos parte dos 5.000 refugiados da ex-Iugoslávia que a ONU deseja que o Brasil abrigue é mais do que acertada. O fato de o presidente ter pedido aos governadores que informem ao Itamaraty quantos e qual o perfil dos refugiados que podem ou se dispõem a receber também soa correta. Já se foram os tempos em que as decisões tomadas em Brasília tinham de ser cumpridas por todos sem qualquer análise das realidades regionais.
Não serão 5.000 pessoas com pouco ou nenhum recurso a mais ou a menos que significarão a perdição ou a redenção do Brasil.
De outro lado, ao aceitar os refugiados, o Brasil não só contribui para melhorar a sua imagem internacional, mas principalmente cumpre alguns dos princípios humanitários inscritos na Constituição.
Cabe agora aos governadores serem rápidos e generosos em suas respostas. O inverno no Hemisfério Norte vem chegando e isso pode significar a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas.
Os governadores têm uma oportunidade de mostrar que o Brasil, apesar das terríveis mazelas que atormentam o país, ainda não esqueceu o significado das palavras ``solidariedade" e ``humanismo".

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