São Paulo, sábado, 19 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ainda faltam sete

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

A F-1 tocou bumbo durante a semana para anunciar que a temporada de 1996 será, como se especulava, promissora.
O alemão na Ferrari, tendo que fazer o carro andar; a imprevisível combinação Alesi mais Benetton; Hill e Villeneuve na Williams.
Os otimistas ainda apontam uma redenção da McLaren e o progresso de Jordan e Ligier.
Os pessimistas alertam para o favoritismo exacerbado da esquadra de Frank Williams.
Com certeza, os carros de Didcot deverão mesmo fazer o papel de coelho na próxima temporada -com uma mãozinha providencial da Renault.
Mas e a temporada deste ano? Acabou? Até que ponto os acontecimentos desta histórica semana influenciarão as sete corridas que faltam do calendário?
Schumacher será prejudicado por ter deixado a Benetton e a Renault na mão?
Duvido. A Renault pode subir nas tamancas, espernear, tirar as calças e pisar em cima. Mas não vai sabotar o alemão.
Afinal, o esperto na história foi Flavio Briatore, que, no ano passado, prometeu o que não podia: a permanência do alemão por mais três anos no time.
Mas existe uma razão bem mais forte. O desempenho do campeão vale dezenas de milhões de dólares. E os patrocinadores, que bancam boa parte da brincadeira, não vão abrir mão da eventual foto de Schumacher segurando a taça nas primeiras páginas dos jornais.
A vingança da fabricante francesa deverá ser sentida pela Benetton no próximo ano. Com certeza, a equipe não será mais a galinha dos ovos de ouro da F-1.
Para piorar, Briatore está engasgado na garganta de muita gente na categoria.
Contudo, vale a ressalva -e como vale. Briatore pode ser o que for, mas é brilhante no que faz. Não será surpresa nenhuma se achar uma solução.

Na semana passada, publiquei uma nota sobre o impacto das fotos de Galisteu na sala de imprensa de Hungaroring.
Minha melhor amiga considerou que eu gastei espaço com uma futilidade em um momento que o país fazia vista grossa ao massacre de 400 cidadãos em Rondônia.
Logo me defendi, dizendo que passava ao leitor um fato pertinente à F-1. E que meu trabalho é justamente esse, registrar a categoria em todos os seus aspectos.
Agora, no entanto, me retrato. Era uma futilidade, de fato.

Texto Anterior: O Grupo A será mais difícil do que o B
Próximo Texto: Notas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.