São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995 |
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Artistas criam obras para o gabinete de FHC
MARIO CESAR CARVALHO
Nenhum deles levou a proposta muito a sério. Preferiram fazer humor com o plano de FHC de projetar artistas jovens, expondo um deles por mês em seu gabinete. Todos trabalharam sobre foto enviada pela Folha, na qual o quadro que estava ao fundo foi eliminado em computador. Pape não se contentou com a parede do fundo. Envolveu FHC com seu trabalho chamado ``Amazoninos" (1990), feito com fitas de ferro de dois metros, pintadas de verde e amarelo. ``Tranquei o presidente dentro de uma obra de arte para ele ter gestos generosos como o seu amigo Mário Pedrosa gostaria", diz. Pedrosa (1900-1981) foi militante socialista e é considerado um dos maiores críticos de arte do país. Tunga usou fotos de quatro dos críticos que cuidam da seleção de artistas para o gabinete de FHC: Aracy Amaral, Frederico Morais, Ronaldo Brito e Sônia Salzstein. Fernando Cochiaralli é o quinto crítico da comissão. ``A relação que um governo deve ter com arte tem de ser um pouco mais séria do que expor jovens atrás do presidente", diz. ``Parece que esse é o grande programa cultural para a arte. É ridículo. O governo precisa restaurar as instituições que mostram arte." Baravelli fez um quadro para durar até o fim do mandato: basta trocar o nome do artista. ``É ridículo pôr uma obra para servir de fundo ao presidente", afirma. ``Quem inventou esse projeto está tratando arte como decoração. É como pôr Mozart como música de fundo de elevador." Texto Anterior: Tiro no fígado matou tenente petista Próximo Texto: Estudante é libertado após polícia trocar tiros com dois sequestradores Índice |
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