São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Argentina quer apressar venda de estatais

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

O ministro de Economia da Argentina, Domingo Cavallo, quer apressar os processos de privatização das estatais do setor hidrelétrico e das empresas de energia das Províncias.
Até o final do ano, duas represas do governo federal -Yaciretá e Pichi Picun Leufu- devem passar para as mãos de grupos privados nacionais e estrangeiros.
Ações residuais do Estado em oito empresas do setor elétrico também devem seguir o mesmo caminho. A prioridade de Cavallo em se desvencilhar dessas empresas tem uma razão prática.
O ministro teme que a venda das estatais brasileiras do setor elétrico acabe atraindo os investidores que antes estavam de olho nas empresas argentinas.
Somente com a venda de Yacyretá -que sofre resistência do Senado Federal-, com governo obteria US$ 1,8 bilhão em dinheiro e títulos da dívida pública.
Com essas operações, US$ 16,15 bilhões -60,8% em dinheiro e 39,2% em títulos da dívida- entraram nos cofres públicos.
Dentre as empresas que passaram para o controle privado estão a YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales), a estatal do petróleo, a Entel, empresa de telecomunicações.O governo também criou organismos para regular os valores de tarifas de alguns setores, como a distribuição de energia elétrica e telecomunicações.
A partir de 96, cerca de 59 instituições estatais estarão na lista de vendas. Entre elas, três centrais nucleares, o Correio Argentino e os 34 aeroportos do país.

Telecomunicações
O número de linhas telefônicas instaladas na região Norte da Argentina aumentou em 88,9% desde a privatização da companhia estatal de telecomunicações, a Entel, em 1990.
Atualmente são 2,9 milhões de linhas -das quais 88,5% hoje contam com acesso ao DDI (Discagem Direta Internacional).
Coube à Telecom -uma das duas empresas que surgiram da divisão da Entel- as obras que elevaram de 11,2 para 14,2 linhas telefônicas para cada grupo de 100 habitantes desta região.
Com isso, o custo da linha caiu. Um telefone residencial, que custava US$ 1.000 em 1991, hoje pode ser instalado por US$ 500.

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