São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Brasil tem médias similares às da NBA

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos três primeiros jogos que disputou no Pré-Olímpico de basquete, na Argentina, o Brasil teve médias comparáveis às das finais da NBA deste ano, entre Houston Rockets e Orlando Magic.
Só no quesito assistência (passe decisivo para um jogador marcar a cesta) os brasileiros levam nítida desvantagem na comparação com os times que decidiram o título da liga profissional norte-americana.
A análise se baseia nos números do Datafolha em três jogos do playoff (série decisiva) da NBA, vencida pelo Houston, por 4 a 0.
Como os jogos profissionais nos EUA duram 48 minutos, contra 40 minutos no resto do mundo, os números de Houston e Orlando foram corrigidos proporcionalmente.
A seleção brasileira se mostra superior no índice de acerto de arremessos de dois ou três pontos -52,6%, contra 46,8% do Orlando e 45,9% do Houston.
Também leva vantagem em rebotes e bolas roubadas (leia quadro ao lado).
Esta vantagem, porém, deve ser relativizada: o nível dos adversários do Brasil é inferior ao dos profissionais norte-americanos.
No entanto, o Brasil fica bem atrás de Houston e Orlando em dois itens importantes -bolas perdidas e, em especial, assistências.
A inferioridade neste último fundamento reflete o estilo da equipe brasileira, pouco acostumada a jogar embaixo do garrafão.
O Brasil estreou no Pré-Olímpico com derrota para o Uruguai.
Recuperou-se batendo as equipes de Bahamas e Venezuela e passando à segunda fase.
Ontem à noite, enfrentaria a Argentina.
A seleção do técnico Ary Vidal estréia amanhã na segunda fase. O torneio classifica três equipes para a Olimpíada de Atlanta, em 96.
A média das três primeiras partidas do Brasil mostra que o ala Oscar, que voltou a jogar na seleção aos 38 anos, ainda não está em sua melhor forma nos arremessos.
Sua porcentagem de acerto é de 37% nos lances de três pontos, pouco superior à do armador Mauri (35%), outro jogador que arrisca constantemente de longa distância.
Nos arremessos de dois pontos, Oscar tem 60% de acerto. É superado pelo armador Rato (66%) e pelo pivô Israel (71%).
Apesar disso, Oscar continua a ser o jogador com melhor média de pontos na equipe: 26,0 por partida neste Pré-Olímpico.
Depois dele, vêm, bem abaixo, Mauri, o pivô Josuel (ambos com 10,3) e o ala-pivô Pipoca (8,0). Israel tem média de 6,0 pontos.
Nos rebotes, sem surpresa, o mais eficiente é Pipoca, com média de 8,3 por jogo -muito mais defensivos (7,0) do que ofensivos (1,3).
No ataque, o melhor reboteiro é o pivô Israel, com 3,0 por partida.
Um número negativo da seleção é o de erros em lances livres. A equipe de Ary Vidal desperdiçou 37% dos lances livres nas três primeiras partidas.
Isso significa que o time perdeu, em média, dez pontos por partida.
Acertando mais lances livres, o Brasil poderia ter derrotado o Uruguai na estréia no Pré-Olímpico -perdeu por 84 a 81.

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