São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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O título da Indy-95 já é de Villeneuve

EMERSON FITTIPALDI

O campeonato de 95 da Indy, sem dúvida, já está nas mãos de Jacques Villeneuve. Acho que é praticamente impossível ele perder o título. Basta completar as três últimas corridas para conquistá-lo. Jacques fez uma temporada brilhante, foi muito bom em todos os aspectos.
Sempre o comparo com o pai, Gilles Villeneuve. Jacques tem uma cabeça que o pai não tinha. E, ao mesmo tempo, tem a mesma habilidade natural, o que ajuda muito.
Ele é um piloto muito mais completo e é por isso que assinou com a Williams para correr na F-1 em 95. Quem entende de automobilismo sabe: ele é um superpiloto e mereceu o campeonato, assim como as vitórias que conquistou. Muita gente fala que algumas delas, como em Indianápolis e em Miami, foram por sorte. Mas outras foram ganhas na velocidade dele e do carro.
E tudo numa equipe nova, um time que, na minha opinião, fez um trabalho brilhante.
Com menos pessoas e recursos técnicos, a Green conseguiu ganhar o campeonato e mostrar que, na Indy, mesmo para uma equipe de tamanho médio, existem condições de vencer. Isso foi um exemplo. Mostrou para o mundo que a Indy é muito mais competitiva que a F-1.

As 200 Milhas de New Hampshire são a última prova num circuito oval nesta temporada. Estou animado. Meu carro já havia andado bem nos testes que fizemos aqui e, agora, também nos treinos. Por isso, espero uma boa corrida hoje.
Será uma prova muito difícil por causa do tráfego, constante nos ovais pequenos -de uma milha- como esse aqui.
No ano passado, larguei na pole, liderei na maior parte da prova, mas uma parada errada, no finalzinho, me tirou a vitória. No ano anterior, também quase ganhei, mas sofri com os pneus.
Acho que tenho condições de fazer uma boa apresentação hoje. Especialmente num ano tão difícil, em que minha última boa prova foi em Nazareth, em abril, antes de Indianápolis. Gostaria de terminar a temporada bem.
Na próxima prova, em Vancouver, circuito de rua, se o carro estiver acertado como em Long Beach, vai andar bem. O novo traçado vai ter curvas parecidas com as de Long Beach, de mais de 90 graus. E, em Laguna Seca, a última, normalmente faço boas corridas.
Além de tentar terminar essas três provas bem, nós já estamos pensando no próximo ano, construindo o carro novo. Já quero testar logo em Homestead e, o mais rápido possível, na pista do Rio de Janeiro, para o GP do Brasil.

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