São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lei dos Partidos deve ser aprovada hoje

DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um acordo entre os três maiores partidos na Câmara -PMDB, PFL e PSDB- deve permitir hoje a aprovação da nova Lei dos Partidos Políticos.
Segundo o relator do projeto, deputado João Almeida (PMDB-BA), a única alteração substancial no texto envolverá o prazo no qual os candidatos estarão proibidos de trocar de partido.
O projeto determina que os candidatos a qualquer cargo eletivo estejam filiados a um partido pelo menos um ano antes das convenções (que devem ser realizadas até junho). ``Decidimos mudar esse prazo para um ano antes das eleições, que são realizadas em outubro", disse João Almeida.
A regra não deverá valer para as eleições municipais de 1996. No projeto do novo Código Eleitoral, que chegará logo ao plenário, há um dispositivo permitindo a troca de partido até dezembro de 1995.
``Os líderes consideram este prazo necessário para a reacomodação do quadro partidário", disse o deputado Mendonça Filho (PFL-PE), presidente da comissão que analisa as reformas eleitorais.
A bancada tucana discute hoje se dará ou não aval ao acordo, mas a tendência majoritária no partido é pela aprovação do texto.
A chamada cláusula de barreira, que cria dificuldades para a sobrevivência dos pequenos partidos, deve ser mantida.
``As regras de transição garantem um prazo até 2002 para que os pequenos partidos se adaptem às novas regras", disse Michel Temer (PMDB-SP).
Na última semana, o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso vetaria a cláusula de barreira.
Pelo projeto, só poderá lançar candidato a presidente, senador e prefeito o partido que tiver pelo menos 5% dos votos na eleição para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos nove Estados.
Essas condições também terão de ser atendidas para que os partidos possam indicar líderes na Câmara e representantes nas comissões temáticas.
O acesso ao rádio e à TV também será dificultado. Os partidos com menos de 5% dos votos terão direito a realizar, em cadeia nacional, apenas um programa de dois minutos a cada semestre.
Os grandes partidos poderão veicular, a cada semestre, um programa nacional de 20 minutos e um programa local com a mesma duração.

Texto Anterior: Partidos devem indicar mesários na eleição
Próximo Texto: Dirceu vai ter dificuldade para conter radicais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.