São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 1995
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Quase lá

FÁBIO SORMANI

Tudo não passou de um susto. Quando o Brasil foi derrotado pelo Uruguai (84 a 81), na rodada inaugural do Pré-Olímpico, muitos ficaram inquietos. Será que vai dar para conseguir uma vaga para a Olimpíada de Atlanta?
O tempo vem mostrando que sim. A queda inicial, ao que parece, não passou de um acidente de percurso. Na fria Tucumán, norte da Argentina, o Brasil foi se reerguendo aos poucos até terminar a primeira fase no topo do Grupo B.
A recuperação: 1) primeiro atropelou a frágil Bahamas, por 91 a 78; 2) depois veio a desfalcada Venezuela -Carl Herrera, bicampeão da NBA com o Houston Rockets, não participa da competição- e outra vitória, 99 a 80; 3) finalmente, o grande triunfo diante da Argentina, por 83 a 78, mesmo diante de um basquete mais forte e organizado que o nosso, isso sem falar na fanática torcida.
A segunda fase do torneio começaria ontem, na cidade de Neuquém, sul do país, com o Brasil enfrentando a República Dominicana, do fenomenal Felipe Lopez. Teria pela frente, em seguida, Cuba, Canadá e Porto Rico.
Para o técnico Ary Vidal, mais duas vitórias e o Brasil praticamente consegue uma das quatro vagas para as finais, quando os três melhores se garantem em Atlanta.
Dá para vencer os dominicanos e os canadenses, desfalcados de Rick Fox e Bill Wennington, que jogaram a temporada passada pelo Boston Celtics e Chicago Bulls, respectivamente. Cuba também não assusta, mas o esporte brasileiro tem um inexplicável trauma diante dos cubanos, portanto...
Quanto a Porto Rico, há um cartel favorável, mas será um jogo imprevisível, porque os porto-riquenhos são no basquete o que a Argentina é para nós no futebol.
Pelas minhas contas, os quatro finalistas devem ser Brasil, Argentina, Porto Rico e República Dominicana. Se o time brasileiro terminar em primeiro lugar na somatória dos pontos das duas fases, enfrenta o quarto melhor time; se ficar em segundo, pega o terceiro.
O ideal é ficar em primeiro e evitar a Argentina na semifinal -duas vitórias diante dos argentinos, na casa deles, não é impossível, mas pouco provável- para enfrentar talvez os dominicanos, despachá-los e garantir a vaga olímpica. Depois disso, sonhar com o título do Pré-Olímpico, o que não faz mal a ninguém -mesmo enfrentando a Argentina.
Tudo não passa de conjeturas. Esperamos, pois, pela realidade.

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