São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 1995
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Ruth Cardoso quer discutir mulher pobre

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

O "Diário do Povo", principal jornal da China e porta-voz do Partido Comunista, destacou ontem a viagem da primeira-dama Ruth Cardoso a Pequim para participar da Conferência Internacional da Mulher entre os dias 4 e 15 de setembro.
A reportagem afirmou que Sohn Myung Soon, da Coréia do Sul, será outra mulher de presidente que virá à capital chinesa para o evento, organizado pela ONU.
Maior evento internacional já organizado na China, a conferência, que reúne as delegações oficiais, ocorrerá quase ao mesmo tempo do encontro de organizações não-governamentais (ONGs) dedicadas a problemas da mulher. Esse encontro vai de 31 de agosto a 8 de setembro.
Estima-se que 40 mil pessoas vão desembarcar em Pequim para participar das duas reuniões.
Segundo a embaixada brasileira, ainda não foi enviada confirmação oficial da composição da delegação brasileira, chefiada por Ruth Cardoso, que deverá contar com cerca de 50 integrantes.
O "Diário do Povo' de ontem reproduziu em sua página 5 entrevista feita em Brasília na semana passada pelo correspondente da agência estatal de notícias da China, ``Xinhua".
Ruth apontou a questão da pobreza que atinge mulheres brasileiras como principal tema a ser levado pela delegação do Brasil e mencionou o fato de mulheres receberem salários inferiores aos dos homens pelo mesmo trabalho.
Ela declarou que também vai relatar na conferência alguns progressos obtidos nas condições de vida e de trabalho da mulher brasileira nos últimos 20 anos.
Sobre a primeira-dama sul-coreana, o jornal escreveu ser raro, na história da Coréia do Sul, uma delegação oficial ter como chefe a mulher do presidente.
O fato de Sohn Myung Soon chefiar o grupo indica, segundo o ``Diário do Povo", a importância dada pela Coréia do Sul à Conferência Internacional da Mulher.
O jornal chinês começou a reportagem destacando a vinda a Pequim da primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland.
Segundo ela, "não existe país no qual a mulher consegue ser igual ao homem e, para tentar corrigir isso, é importante participar da Conferência da Mulher".

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