São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Calmon confirma ter tirado dinheiro

``Diretores são clientes especiais"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O ex-presidente do Banco Econômico Ângelo Calmon de Sá, 59, justificou ontem, em Salvador (BA), saques feitos por ele e outros diretores da instituição no dia da intervenção pelo Banco Central. ``Os diretores são clientes diferentes. Eles sacaram para se proteger e dar comida às suas famílias", disse.
Calmon de Sá disse que, com a intervenção, todos os diretores e ex-sócios que trabalharam nos últimos 12 meses ficam com os bens e recursos indisponíveis e que precisavam se precaver.
Ele negou que os saques tenham ocorrido após o encerramento do expediente bancário e que os saques preventivos se deram por conta de rumores de que iria acontecer a intervenção.
Sobre o saque de R$ 250 mil feito no mesmo dia da intervenção por seu filho Francisco de Sá Neto, Calmon de Sá disse que ``ele é um cliente normal e precisava honrar compromissos assumidos anteriormente".
Ele confirmou também que sacou R$ 10 mil de sua conta no último dia 11, quando o Banco Central interveio no banco.
``Tenho ainda R$ 600 mil depositados no banco que estão indisponíveis", disse.
Calmon de Sá tentou esclarecer, no final da tarde de sexta-feira passada, a situação da instituição baiana para o interventor, Francisco Barbosa.
``Falamos durante uma hora e meia. Foi uma conversa muito difícil, principalmente para ele. Ele sabe o que fez e conhece as leis do país", disse Barbosa.
Barbosa não quis dar detalhes da conversa. Questionado se foi convencido por Calmon, disse que não.

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