São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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Estado estuda criar `imposto ambiental'

DA REPORTAGEM LOCAL

Os secretários estaduais do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, e da Energia, David Zylberstajn, estudam a criação de um ``imposto ambiental".
Esse tributo seria cobrado de donos de automóveis e serviria para subsidiar a energia elétrica usada por trólebus (ônibus elétricos).
``É justo que os usuários do transporte individual, que polui mais, paguem para quem usa ônibus elétrico, que não polui", afirmou Feldmann.
Os veículos em geral são responsáveis por cerca de 90% da poluição atmosférica da cidade de São Paulo. Os trólebus têm nível zero de emissão de poluentes.
Segundo o secretário, o projeto inicial dos corredores de ônibus na cidade previa a utilização exclusiva de trólebus. A idéia foi abandonada devido aos custos de operação, elevados pelas altas tarifas da energia elétrica.

Rodízio
Feldmann afirmou ontem, em audiência pública na Câmara Municipal, que o rodízio de veículos para controle da poluição poderá sofrer alterações no próximo ano, dependendo do resultado do teste que será feito na próxima semana.
``A partir de 1996, poderíamos proibir a circulação de um final de placa por dia, retirando 10% dos veículos das ruas, ou, havendo necessidade de retirar mais carros, aumentar as restrições", disse.
No rodízio da próxima semana, haverá restrição à circulação para dois finais de placa por dia, impedindo a circulação de 20% dos veículos diariamente. Não haverá multas para os motoristas que não seguirem o rodízio.
A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) pretende, com esse rodízio, reduzir em até 30% os níveis diários de emissão de poluentes na região metropolitana de São Paulo.
A partir do próximo ano, o rodízio deve ser implantado de forma obrigatória durante os meses de inverno, com exceção de julho, quando a circulação diminui devido às férias escolares.

`Caça-Fumaça'
Em dois dias de ``Operação Caça-Fumaça", a Cetesb multou 4.372 caminhões e ônibus por excesso de emissão de fumaça preta, praticamente dobrando o número de multas desde o início do ano.
Essa é a terceira vez que a operação é realizada neste ano. Até o último domingo, haviam sido aplicadas 4.989 multas. Em 1994, somente com a fiscalização de rotina, foram 2.067 multas.
Os ônibus e caminhões, principais fontes de emissão de partículas inaláveis e dióxido de enxofre, presentes na fumaça preta, ficarão isentos de participar do rodízio de veículos na próxima semana.
A concentração excessiva de partículas inaláveis e de dióxido de enxofre no ar podem provocar irritação das vias respiratórias, diminuição da função pulmonar e o agravamento de sintomas nos doentes de asma e bronquite.
A fiscalização está sendo realizada em 80 pontos de grande movimento na região metropolitana de São Paulo e nas principais estradas que passam pela cidade.
Os veículos infratores são multados em R$ 197,40. Em caso de reincidência, esse valor dobra.
Nos casos mais graves, quando a emissão de fumaça é excessiva, o veículo pode ser apreendido.

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