São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Para estudioso, 1º filme oficial não foi projetado

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Além de propor uma nova data para as primeiras filmagens no Brasil, o trabalho de Capellaro e Ferreira lança dúvidas sobre a existência do filme citado por pesquisadores como o primeiro a ser rodado no país.
O tal filme teria sido feito em 19 de junho de 1898 por Alfonso Segreto: passageiro do navio Brésil, ele teria filmado cenas da baía de Guanabara.
Assim como o ocorrido com os filmes de Petrópolis, não sobrou nenhuma imagem desse outro, de Segreto.
Capellaro afirma, porém, que, ao contrário dos filmes exibidos no Cassino Fluminense, as tais imagens da baía de Guanabara nunca foram projetadas.
Segundo ele, não há, nos jornais da época, qualquer registro da exibição do filme. Existem apenas, ainda de acordo com Capellaro, informações de que as cenas seriam projetadas.
No caso de Segreto não haveria sequer o problema de exibição que até hoje angustia cineastas brasileiros: ele era irmão de Paschoal, que tinha uma casa de exibição de filmes no Rio.
O trabalho de Capellaro e Ferreira, realizado com recursos próprios, envolveu idas a Petrópolis e São Paulo e consultas a diversos centros de pesquisa e bibliotecas. A pesquisa gerou um ensaio ainda inédito de 120 páginas.
Filho do cineasta e ator italiano Vittorio Capellaro, Jorge Capellaro é engenheiro e professor catedrático aposentado da Universidade Federal Fluminense.
Em 1986, ele e o irmão Victorio publicaram ``Vittorio Capellaro, Italiano, Pioneiro do Cinema Brasileiro", um estudo sobre o diretor e produtor de nove filmes de longa-metragem realizados no Brasil entre 1915 e 1935.
Ex-chefe do setor de editoração da Embrafilme (estatal que foi extinta em 1990), Paulo Roberto Ferreira foi presidente da Federação de Cineclubes do Estado do Rio de Janeiro.
(FM)

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