São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995
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Familiares vão exigir apuração das mortes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA AGÊNCIA FOLHA

Familiares de mortos e desaparecidos no regime militar (1964-85) promovem hoje, na rampa do Congresso, vigília comemorativa aos 16 anos da Lei da Anistia.
Durante a manifestação, os familiares exigirão a inclusão, no projeto do governo sobre desaparecidos, da apuração das circunstâncias das mortes.
O projeto, que será entregue hoje ao presidente, reconhece como mortos 136 desaparecidos no regime militar. As famílias receberam indenizações que vão variar de R$ 100 mil até R$ 150 mil.
Os familiares também reivindicam a inclusão de 13 nomes de desaparecidos fora do Brasil, o reconhecimento oficial das mortes com atestados de óbitos, a localização dos corpos e a inclusão dos ``mortos oficiais".
Sobre a apuração das circunstâncias, o ministro Nelson Jobim (Justiça) disse que não há nenhuma hipótese de a reivindicação ser atendida por ferir a Lei da Anistia, aprovada em 1979.
Para o ex-senador Jarbas Passarinho, líder do governo quando foi votada a lei, estão sendo ``esquecidos os militares, guardas de bancos, seguranças de embaixadas e até transeuntes mortos pelos atentados, sequestros e assaltos".
Em artigo publicado ontem no ``Jornal do Commercio", de Recife, o general Murillo Neves Tavares da Silva disse que ``os perdedores" de 31 de março de 1964 estão investindo contra as Forças Armadas para ``desmoralizá-las" e ``intentar outra tomada de poder".
Ele solicitou transferência para a reserva, por discordar do projeto dos desaparecidos.

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