São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995
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Emissão de CO2 aumenta 34% nos últimos cinco anos em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A emissão de monóxido de carbono (CO2) aumentou 34% em cinco anos na Grande São Paulo. Os carros são os principais responsáveis pela descarga desse poluente na atmosfera.
Em 1990, foram despejadas 1,39 milhão de toneladas de CO2 sobre a cidade. No ano passado, esse número saltou para 1,86 milhão de toneladas.
Os dados constam do relatório anual de qualidade do ar da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) relativo a 1994, que será divulgado nos próximos dias.
O aumento na emissão de CO2 aconteceu principalmente por causa do crescimento da frota de carros e dos grandes congestionamentos na cidade (leia texto ao lado).
``A emissão de poluentes continuará crescendo enquanto a frota na cidade aumentar. Não há outra possibilidade", diz o químico Cláudio Alonso, 50, gerente do Departamento de Qualidade Ambiental da Cetesb .
Estado de atenção
Em 94, a Cetesb declarou dez estados de atenção por causa da alta concentração de monóxido de carbono no ar da cidade -dois a mais do que nos quatro anos anteriores somados.
O estado de atenção é decretado quando a qualidade do ar é considerada má e não há previsão de ventos e de chuvas, que ajudam a dispersar os poluentes.
Nesse caso, os motoristas são orientados a evitar a região afetada pela poluição.
A Cetesb possui 22 estações de medição da qualidade do ar espalhadas na Grande São Paulo e outras três em Cubatão (62 km a sudeste da capital)
Outros poluentes
Além do monóxido de carbono, outros poluentes também estão sendo lançados em quantidades cada vez maiores na cidade.
A presença das partículas (MP) no ar da Grande São Paulo cresceu 23,6% de 1990 a 94.
Ao lado do monóxido de carbono, elas são hoje o principal problema de poluição na cidade.
O óxido de nitrogênio (NOx), gás que é emitido principalmente por veículos com motores a óleo diesel, aumentou 106%.
A emissão de hidrocarbonetos (HC), um dos poluentes que formam o ozônio, teve variação de 83%. Os carros são também os maiores responsáveis pela emissão desse gás.
O crescimento na emissão de hidrocarbonetos atingiu seu pico no último dia 30, quando o ozônio registrou um índice recorde de 762 microgramas por metro cúbico, superando cinco vezes o padrão de qualidade do ar.
O poluente que menos cresceu foi o óxido de enxofre (SOx). A variação foi de apenas 0,4%.
Produzido principalmente por indústrias e veículos a diesel, o óxido de enxofre é hoje, segundo a Cetesb, o poluente que menos preocupa.
Os níveis desse gás estão dentro de padrões razoáveis há vários anos. Isso ocorre, segundo a empresa, graças ao controle sobre as indústrias exercido a partir da década de 80, quando elas tiveram de se equipar para evitar ao máximo a descarga de partículas poluentes na atmosfera.

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