São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995 |
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Recompensa da agulha é a solidão
PAULO COELHO
A agulha passa por vários processos rígidos, até aprender sua função: o forno abrasador da metalúrgica, a prensa que a esmaga para atingir sua forma ideal. A partir daí, precisa estar sempre dura, brilhante e afiada. Depois de todo este aprendizado, ela termina encontrando sua razão de viver: a linha. E faz o possível para ajudá-la: enfrenta os tecidos mais resistentes, abre os buracos nos locais certos. Quando termina seu trabalho, a mão misteriosa da costureira torna a recolocá-la na caixa escura. Depois de tanto esforço, sua recompensa é a solidão. Com a linha, entretanto, a história é diferente: a partir deste momento, passa a ir a todos os bailes e festas. Texto Anterior: Curtas resumem século do cinema Próximo Texto: Talma deve deixar a Globo nesta semana Índice |
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