São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995 |
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Raimi busca o além-cinema
INÁCIO ARAUJO
É preciso ver se não há um mal-entendido em boa parte da fama de Raimi, que alguns não hesitam em chamar de horror-kitsch. Mas as aventuras do herói da série "Uma Noite Alucinante", Ash (Bruce Campbell) -desta vez remetido pelo acaso ao século 14- têm outro alcance. Não se trata de uma afirmação de mau gosto que uma tendência contemporânea pretende promover à categoria de bom gosto. Esse olhar um tanto "blasé" e um tanto impotente para as coisas não tem muito a ver com Sam Raimi, que afirma um estilo, uma originalidade, que força as fronteiras do cinema em seus trabalhos. Em "Uma Noite Alucinante 3", Raimi é capaz de ressuscitar uma multidão de soldados mortos em combate e colocá-los de novo na batalha. Pode-se gostar ou não do filme. Mas não se pode negar a busca de um caminho. Ele passa por tudo que tem sido seu trabalho no horror: um trabalho que se vincula à tradição, aos clássicos, ao mesmo tempo em que reconhece a impossibilidade de continuar nessa linha. Esse é o tipo de tensão que alimenta a série "Uma Noite Alucinante": o além, sim, mas o além do cinema. De certa forma, é também o que se pode ver em "Rápida e Mortal". (IA) Texto Anterior: Dinamarquês faz mistura de filme e vídeo Próximo Texto: Descoberta canção inédita de Elvis Presley Índice |
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