São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995
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Glauber divide platéia em "As Armas e o Povo"

DA REDAÇÃO

O filme português ``As Armas e o Povo", com participação do cineasta brasileiro Glauber Rocha, exibido na última sexta-feira, em duas sessões promovidas pela Folha, no Espaço Banco Nacional, dividiu uma platéia predominantemente jovem (formada em grande parte por estudantes de cinema).
Além deles, sociólogos, críticos, historiadores e professores se interessaram pela produção de 74 feita durante a revolução que derrubou o regime fascista iniciado nos anos 20 por Antonio Salazar.
Ismail Xavier, crítico e professor de cinema da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP, afirmou que não sabia da existência do filme. ``Cheguei hoje de viagem e soube pelo jornal".
Glauber participa como um dos 28 diretores da produção coletiva do sindicato dos trabalhadores de cinema do país e aparece diante das câmeras, como entrevistador.
``Há um interesse histórico nas imagens. É engraçado o confronto entre a linguagem convencional do documentário e as intervenções do Glauber, típicas do cinema que ele fazia", afirmou Xavier.
A presença de Glauber foi o maior atrativo para os estudantes de cinema. ``O filme é datado, mas as entrevistas do Glauber são fantásticas", disse Newton Guimarães, aluno da ECA.
Para o sociólogo Vitor Aratangy, o filme é ``um pouco desconcertante". ``Parece algo de outra época, muito distante de agora, que vale a pena ver para lembrar como foram as coisas. O Glauber tem um tom patético, que soa velho hoje em dia", disse.
Uma engenheira, que não quis se identificar, afirmou que o filme é ``um pé no saco". ``É muito discurso, eu me sentia como se estivesse diante de um palanque. E o Glauber é irritante, invasivo demais", disse.

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