São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995
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Moral francesa é mais flexível

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

Seu tratado de moral é uma obra muito mais direta e ao mesmo tempo mais aberta que ``O Livro das Virtudes", de William J. Bennett. O livro do americano é uma antologia de citações, de ``João e Maria" a Oscar Wilde. Suas virtudes são apenas dez: disciplina, compaixão, responsabilidade, amizade, trabalho, coragem, perseverança, honestidade, lealdade e fé. Apenas a compaixão e a coragem estão também na lista do francês (leia texto acima).
William Bennett foi ministro da Educação nos EUA e sua visão de moral é um bocado rígida. Mas seu livro, que já vendeu mais de dois milhões de exemplares, tem interesse pelas citações que reúne.
O tratado do francês Comte-Sponville é diferente. Assim como ``O Mundo de Sofia", de Jostein Gaarder, recém-lançado pela Companhia das Letras, é um livro de filosofia bem cuidado para o grande público.
Parece que esses livros são os bons frutos da tempestade de obras esotéricas e religiosas que inundou o mercado editorial mundial. Tudo indica que a filosofia acordou para o fato de que se há tantos picaretas vendendo livro como pão quente, por que ela não? Alguns estudiosos, cansados de falar de si para si mesmos, decidiram abrir as portas do conhecimento.

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