São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995
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Israel fecha escritórios da OLP

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo de Israel ordenou o fechamento de três instituições palestinas que funcionam em Jerusalém oriental (anexada em 1967 e reivindicada pelos palestinos).
O líder da OLP, Iasser Arafat, protestou contra a ordem de fechamento do Escritório de Radiodifusão da Palestina, do Centro Palestino de Estatísticas e do Centro Palestino de Saúde.
A ordem aconteceu no mesmo dia em que Israel e a OLP firmaram acordo que transfere oito esferas de poder para os palestinos na Cisjordânia. O documento de 23 páginas entra em vigor no dia 10 e trata de agricultura, comércio e indústria, seguros, trabalho, assuntos municipais, serviços postais, combustíveis e estatísticas.
Na área postal, por exemplo, os palestinos ganharão o direito de emitir selos, desde que suas figuras e inscrições façam alusão ao processo de paz.
O acordo foi assinado no Clube Diplomático do Cairo (capital do Egito) pelo negociador palestino, Jamil Tarifi, e pelo general israelense Oren Shahor.
As instituições palestinas expulsas de Jerusalém foram fechadas por terem relação com a Autoridade Nacional Palestina. A lei israelense proíbe que tais instituições se instalem no país.
"A decisão vai contra o processo de paz", disse um porta-voz da Organização para a Libertação da Palestina. O responsável palestino por Jerusalém, Faissal Husseini, pediu o fim das restrições.
Jerusalém é um dos últimos assuntos sem perspectiva de solução entre Israel e os palestinos. A OLP planeja instalar na parte leste da cidade a capital de um futuro Estado palestino. Israel diz que Jerusalém -indivisível- é sua capital.
Israel reabriu o acesso à Cisjordânia, fechados desde atentado a bomba há uma semana, em Tel Aviv. A fronteira com Jericó, a única cidade atualmente sob administração palestina na Cisjordânia, continuou fechada.
Israel tinha anunciado que manteria o bloqueio à cidade enquanto os palestinos se recusassem a entregar dois ativistas do grupo Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) que foram condenados pelo atentado. Mais tarde, o governo reconheceu que não pode pedir a extradição, o que indica que a fronteira pode ser reaberta breve.
A Autoridade Palestina quer que os dois cumpram penas sob sua custódia. O Hamas se opõe às negociações de paz e se tornou um inimigo da OLP e de para Israel.
Israel anunciou ter prendido ontem dezenas de militantes do Hamas. Eles são suspeitos de planejarem novos ataques.

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