São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995
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Pequim recebe 3 mil pessoas para conferência

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

A invasão de Pequim começou ontem com a chegada de pelo menos 3 mil pessoas, entre elas 62 brasileiras, para participar da 4ª Conferência Mundial da Mulher e do encontro de organizações não-governamentais (ONGs). Os organizadores chineses esperam para hoje 18 mil pessoas.
O encontro de ONGs, que começa na quarta-feira e termina dia 8, deve receber cerca de 30 mil pessoas. A conferência, que reúne as delegações oficiais, vai de 4 a 15 de setembro.
Devem chegar a Pequim pelo menos 35 mil visitantes, entre os quais cerca de 300 brasileiros. Trata-se do maior encontro já promovido pela ONU e do maior evento internacional realizado na China.
Um problema surgiu no aeroporto entre a alfândega e integrantes de uma ONG que trouxeram um livro com uma caricatura de Deng Xiaoping, 91, principal líder chinês. Shulamit Koenig, dona do livro, arrancou a página e entregou-a às autoridades chinesas.
O centro de credenciamento, na noite de ontem, já revelava a mistura de nacionalidades. Mulheres da Jordânia, usando véus, esperavam na fila ao lado de militantes norte-americanas e bolivianas em trajes típicos. Haverá representantes de 185 países.
A jornalista carioca Madalena Guilhón lutou contra a desorganização para conseguir credencial. Seu nome não estava na lista. "Depois de muita insistência resolvemos tudo", disse ela.
Ativista da ONG Cemina, Centro de Projetos da Mulher, Guilhón conduz o programa diário "Fala Mulher" (rádio Bandeirantes do Rio). Vestia camiseta com a inscrição "Beijing" (Pequim) - Algo mais que palavras.
As cariocas Eunice Gutman e Inês Magalhães vieram a Pequim para fazer um vídeo sobre a conferência e o encontro de ONGs. "Queremos documentar as reuniões e dar um retorno ao Brasil sobre o significado da conferência", disse Eunice Gutman.
Seu vídeo "Amores de Rua", sobre as prostitutas do Rio de Janeiro, ganhou um festival em 94, em Mar del Plata, Argentina. Como prêmio, passagem e hospedagem para o encontro em Pequim.
Para filmar a reunião, Eunice Gutman conseguiu 10 mil dólares da Fundação Ford, um terço do orçamento do projeto. "O resto bancamos com nosso dinheiro", afirmou Inês Magalhães.

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