São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995
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Congresso alerta para a ameaça de extinção

TSUGUI NILSSON
ESPECIAL PARA A FOLHA

``O Brasil possui a maior diversidade vegetal do planeta, mas apenas 0,4% das espécies é conhecida quimicamente".
A afirmação é do pesquisador Sin Chau Ming, presidente do grupo técnico de plantas medicinais da Sociedade de Olericultura do Brasil (SOB).
Ming foi um dos 700 participantes do Congresso Brasileiro de Olericultura, realizado no início do mês em Foz do Iguaçu (PR).
Ele alertou que muitas espécies, extraídas das florestas brasileiras e ainda não cultivadas, correm o risco de extinção.
``A produção e comercialização de plantas medicinais irá se expandir no segundo milênio, diante da necessidade de novos medicamentos para a cura de doenças recém-surgidas como Aids e Ébola", disse.
Desde 91, Ming vem desenvolvendo um trabalho de resgate de plantas medicinais usadas pelos seringueiros na reserva ``Chico Mendes", no Acre.
Ingrid Barros, professora da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, alertou para o processo de extinção de espécies importantes como a espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) e a macela (Achyrocline satureoides).
A comercialização das plantas medicinais foi outro tópico do evento. Dados do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) revelam que em 94 foram exportadas 108 t de plantas medicinais, com receita de US$ 309 mil.
As plantas mais exportadas foram ipê-roxo, pfaffia, chapéu-de-couro, catuaba, erva-príncipe, erva-de-bicho e carqueja.
Dois pesquisadores estrangeiros participaram do congresso: Chen Zhong Ming, do Jardim Botânico de Nanquim (China) e P.S. Ahuza, do Instituto de Pesquisa de Plantas Medicinais e Aromáticas da Índia.

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