São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995
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Embrapa inicia recadastramento para melhorar padrão do vinho

DA REPORTAGEM LOCAL

Começou no início do mês o recadastramento dos produtores de uva do Rio Grande do Sul.
O objetivo do recadastramento é identificar e descrever os parreirais, as variedades plantadas e o destino das uvas produzidas na safra colhida este ano.
O trabalho está sendo coordenado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural).
``Com base nos dados coletados, realizaremos estudos sobre o nível de competitividade da viticultura do Rio Grande do Sul em relação à dos parceiros do Brasil no Mercosul", diz Loiva Maria Ribeiro de Mello, pesquisadora da Embrapa.
O recadastramento só deverá terminar no final do primeiro semestre de 1995, segundo Loiva.
Há no Rio Grande do Sul, de acordo com a Embrapa, cerca de 15 mil produtores de uva para vinho numa área total de aproximadamente 30 mil hectares.
A produção anual atinge perto de 400 mil toneladas, destinadas à indústria vinícola.
``Queremos avançar nos estudos sobre as denominações de origem para os vinhos, como na Europa", afirma Loiva.
Diretores da Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura) reúnem-se hoje, em Brasília, com técnicos do Ministério da Agricultura.
Na reunião será analisada a minuta de uma portaria que vai regulamentar a entrada de vinho estrangeiro no Brasil, segundo Danilo Cavagni, presidente da Uvibra.
Cavagni afirma que, no ano passado, o Brasil importou cerca de 20 milhões de litros de vinhos finos, 40% da produção nacional de 50 milhões de litros.
Normalmente, essa importação girava em torno de 6 milhões de litros, de acordo com Cavagni.
O presidente da Uvibra suspeita que parte desse vinho é produzida no norte da África e engarrafada na Alemanha.
Para ele, a portaria do Ministério da Agricultura poderá inibir as importações, se exigir a apresentação de certificados de origem de laboratórios credenciados pelo governo alemão.
``Não queremos uma reserva de mercado, mas o que vemos com frustração é o consumidor brasileiros beber alguns vinhos importados de baixa qualidade, sem atender às normas da legislação brasileira", diz.
Técnicos do Ministério da Agricultura admitem que é frágil a estrutura de fiscalização do governo sobre os vinhos importados.

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